Pelo menos 41 pessoas morreram hoje após disparos de artilharia e confrontos durante a madrugada entre forças do Iêmen e tribos rivais nas ruas de Sanaa, capital do país, informaram autoridades médicas. Testemunhas disseram que, além da violência nas ruas, unidades da guarda presidencial atacaram com canhões a sede de uma brigada responsável por resguardar algumas instituições governamentais.
Oficiais do Exército que desertaram dizem que o governo suspeitou do comandante de brigada, que estaria prestes a se unir ao movimento para derrubar o presidente Ali Abdullah Saleh. Fontes militares da oposição, que pediram anonimato, afirmaram que esse comandante, o general de brigada Mohammed Khalil, tinha uma posição neutra e sem vínculos políticos, mas Saleh estaria descontente com ele.
Autoridades médicas, pedindo anonimato por temerem represálias, disseram que 41 pessoas morreram, entre elas combatentes dos dois lados. Unidades oficiais tentaram recuperar o controle de um prédio administrativo de Hassaba, cortando a água e a energia elétrica.
Houve duros confrontos na capital ao longo da noite, confirmou um correspondente da France Presse. A violência entre as forças oficiais e a poderosa confederação Hashid começou ontem, quando caiu por terra uma trégua anunciada na sexta-feira. Desde janeiro, iemenitas protestam pelo fim do governo de Saleh, no poder desde 1978. Em março, o poderoso xeque Sadiq al-Ahmar passou a apoiar os manifestantes.