O registro eleitoral para a eleição palestina não começou na terça-feira, conforme previsto, em mais um sinal de que o presidente Mahmoud Abbas pode estar blefando sobre a convocação do pleito para janeiro.

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Se for assim, ele pode estar blefando também sobre sua ameaça de não disputar um novo mandato. Seu objetivo real poderia ser reparar a unidade palestina e aumentar o apoio norte-americano como negociador nas conversações de paz com Israel.

Mas se isso não for um blefe, os esforços de retomar o processo de paz na região poderão ir por água abaixo, já que Abbas é, atualmente, o único interlocutor palestino considerado confiável para o Ocidente e Israel.

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Abbas convocou a eleição no mês passado, conforme prevê a Constituição, mas sabendo que a medida provavelmente seria rejeitada por seus maiores rivais, o grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Analistas acharam que o Hamas hesitaria em formalizar o racha, e finalmente aceitaria um acordo de "reconciliação".

Na semana passada, citando uma frustração com a demora na retomada do processo de paz e uma suposta recusa dos EUA em apoiar exigências legítimas dos palestinos, Abbas anunciou que não pretende disputar a reeleição em 24 de janeiro.

Na terça-feira deveria começar um período de cinco dias de cadastramento eleitoral, abrangendo cerca de 260 mil jovens que não tinham idade para votar na última eleição, em 2006.

Mas nenhum dos mil centros de registro na Cisjordânia e na Faixa de Gaza abriu. A Comissão Eleitoral Central não se manifestou.

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A falta de propaganda eleitoral e de agitação política nas ruas é outro sinal de que a eleição pode ser uma ficção política.

"Todos esses são indicadores de que as eleições não irão ocorrer no dia 24 (de janeiro)", disse um diplomata ocidental.

As autoridades já discutem cenários alternativos. "A Comissão Eleitoral Central dirá ao presidente em uma semana se pode ou não fazer (a votação)", disse o assessor presidencial Nabil Abu Rdainah. Se não houver pleito na data prevista, Abbas buscará "outras opções", segundo ele.

Não se sabe quais seriam tais opções, mas é possível que Abbas simplesmente continue no poder, especialmente por causa do apoio internacional de que ele goza.

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