Fundador do site WikiLeaks, responsável pelo vazamento de milhares de documentos secretos sobre a política externa e a Defesa dos EUA, Julian Assange se declarou contra a pré-candidatura de Hillary Clinton à Presidência americana. De acordo com o hacker e ativista, a candidatura da candidata democrata é favorável a uma “guerra estúpida e sem final” dado o histórico dela à frente do Departamento de Estado.
Em um artigo, Assange – refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 – disse que Hillary, que concorre com o senador Bernie Sanders pela nomeação democrata, alimentará conflitos que propagarão o terrorismo caso vire presidente.
“Tenho anos de experiência lidando com Hillary Clinton e li milhares de seus telegramas diplomáticos. Falta a ela capacidade de julgamento. Ela empurrará os Estados Unidos em direção a conflitos infinitos”, escreveu o ativista.
Seu ponto de partida é o conflito generalizado na Líbia. Como chefe da diplomacia americana, a secretária de Estado entre 2009 e 2013 comandou esforços internacionais pela invasão ao país africano, que culminou com a deposição e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011. O país mergulhou em uma intensa guerra civil e tem um vácuo no qual dois Executivos declaram deter o poder.
“A guerra de Hillary avivou o terrorismo, matou dezenas de milhares de civis inocentes e fez os direitos das mulheres retrocederem centenas de anos no Oriente Médio”, criticou.
Outro dos motivos de crítica a Hillary por Sanders é o fato de que a democrata, então senadora da oposição a George W. Bush em 2003, apoiou a invasão que levou à Guerra do Iraque.
Aos 44 anos, o australiano teme que o Reino Unido decida extraditá-lo à Suécia, onde é investigado por crimes sexuais – o que ele nega, afirmando que se trata de fachada para que seja condenado pelo vazamento de informações militares dos EUA. Na semana passada, a ONU determinou que sua detenção pelos britânicos é arbitrária.