Após acompanhar a votação de domingo de dentro da embaixada brasileira, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, denunciou hoje fraude na contagem dos votos e disse não acreditar nas promessas de diálogo do candidato vencedor, Porfírio "Pepe" Lobo.

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"Houve fraude. Eles não podem provar que o comparecimento foi de 60%", disse Zelaya ao jornal "O Estado de S. Paulo". "Segundo minhas fontes, que acompanharam a votação, ele foi de 40%", completou, sem explicar quais eram as fontes.

Para Zelaya, as eleições são ilegais, já que legitimam o golpe que o derrubou, em 28 de junho. O Congresso hondurenho tem prevista para a quarta-feira uma reunião na qual decidirá se restitui o presidente deposto ou não. Segundo diversas fontes, as possibilidades de que ele seja de fato reconduzido ao poder, porém, parecem mínimas.

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Além disso, o presidente deposto vem dizendo que não aceitaria retornar nessas condições porque os termos do Acordo San José-Tegucigalpa, firmado com o governo de facto, já não foram cumpridos. "Não posso apoiar essa mentira", disse Zelaya.

Em um discurso logo após a divulgação dos resultados da eleição, Lobo disse que pretende impulsionar um diálogo nacional em Honduras. "Teremos um governo de diálogo e de integração. Não há tempo para mais divisões. Vamos adiante", afirmou.

Zelaya, porém, diz não acreditar em tais promessas. "Eu sou um político e sei dialogar. Mas ele teme os militares, teme a elite econômica e teme a imprensa de direita. Sou cético sobre as suas palavras", respondeu Zelaya sobre Lobo.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de o presidente deposto asilar-se em outro país após o fim de seu mandato, Rafael Alegria, da Frente Nacional de Resistência (FNR), disse desconhecer se tal hipótese estaria sendo considerada. "Mas todas as decisões de Zelaya serão apoiadas pelo movimento", completou.

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