O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pediu nesta sexta-feira aos governos da América Latina e dos Estados Unidos que não reconheçam a eleição presidencial de domingo passado em seu país por ter sido organizada por um governo golpista.

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Abrigado desde setembro na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, Zelaya enviou carta aos demais governantes das Américas, inclusive o norte-americano Barack Obama, reiterando seu rechaço ao pleito vencido pelo latifundiário conservador Porfirio Lobo.

Estados Unidos, Colômbia, Peru, Panamá e Costa Rica reconheceram a validade da eleição. Já o Brasil, a Argentina e a Venezuela, entre outros, consideraram o processo eleitoral ilegítimo.

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"Senhores presidentes, agradeço seu apoio por resgatar a vigência da democracia hondurenha e de igual maneira ratifico meu enérgico apelo aos governos que se pronunciaram em apoio às manobras para limpar o golpe de Estado, dando aval a um processo eleitoral espúrio", escreveu Zelaya.

O presidente foi deposto em 28 de junho por militares depois de irritar as elites do país por causa de sua aproximação com o governo da Venezuela e de suas tentativas de reformar a Constituição e disputar um novo mandato.

Na quarta-feira, ele perdeu a última esperança de voltar ao poder, em uma votação do Congresso que era parte de um acordo mediado pelos EUA e pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

Na carta, Zelaya voltou a criticar a decisão do Congresso por ter barrado sua restituição, que mantém o país em uma crise política que divide a população.

A comunidade internacional condenou o golpe de Honduras, muitos países retiraram seus embaixadores e organismos multilaterais suspenderam sua ajuda financeira ao país para pressionar pela volta de Zelaya ao poder.

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O reconhecimento internacional a Lobo é essencial para que seja retomada a ajuda financeira, que cobre grande parte dos gastos sociais do país, um dos três mais pobres das Américas.