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A quatro dias das eleições gerais em Honduras, o presidente deposto, Manuel Zelaya, afirmou nesta quarta-feira (25) a interlocutores que pode reconhecer os resultados do processo eleitoral, se mais de 80% dos eleitores comparecerem s urnas. Mas, segundo o líder, pouco mais de 40% do eleitorado deve participar das votações. Pelos dados oficiais, aproximadamente 4,6 milhões de eleitores estão registrados para votar para presidente, vice-presidente, deputados federais e prefeitos.

É a primeira vez que Zelaya sinaliza que pode reconhecer os resultados das eleições, as quais suspeita que são conduzidas de forma fraudulenta. Para o governo brasileiro, os resultados só seriam legitimados, se o presidente deposto tivesse sido reconduzido ao poder e Honduras voltado normalidade com o fim da censura imprensa, do cerceamento s liberdades individuais e do policiamento ostensivo nas ruas.

Apesar do anúncio de afastamento do cargo por oito dias feito pelo presidente de facto, Roberto Micheletti, Zelaya afirmou a negociadores brasileiros que se prepara para ficar na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa até o dia 27 de janeiro de 2010, quando termina seu mandato constitucional.

Abrigado na Embaixada do Brasil há dois meses, Zelaya mantém um gabinete privado no local. Porém, o líder circula pela área e conversa com os demais hóspedes. Nas conversas, de acordo com alguns dos presentes, o líder não esconde o aborrecimento com o apoio dos Estados Unidos e do Panamá s eleições do dia 29.

Segundo diplomatas brasileiros, Zelaya dá indicações de frustração e desânimo em relação possibilidade de um acordo para encerrar a crise política hondurenha que se arrasta há cinco meses, desde que foi destituído do poder por uma manobra política organizada pelo Congresso, as Forças Armadas e a Suprema Corte.

Diplomatas que acompanham o processo eleitoral afirmaram Agência Brasil que Zelaya classificou o apoio norte-americano e panamenho de "jogo". Somente os Estados Unidos e o Panamá apoiam o processo eleitoral hondurenha, os demais países das Américas do Norte, Central e do Sul, sob liderança do Brasil, levantam dúvidas sobre a isenção das eleições.

O governo do Paraguai, por exemplo, informou que vai rejeitar o resultado das eleições. No Brasil, na terça-feira (24), o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou que ao legitimar o resultado das eleições o que se faz é referendar o golpe de Estado que depôs Zelaya. Segundo ele, é lamentável a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de reconhecer os resultados das eleições.

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