O governo de facto de Honduras disse nesta sexta-feira que só permitirá ao presidente deposto Manuel Zelaya sair do país sob o status de asilado político e descartou concedê-lo uma anistia pelas acusações que pesam contra ele.
Zelaya, abrigado há quase três meses na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, tentou na quarta-feira deixar a sede diplomática brasileira e partir para o México, mas a ação fracassou devido aos desacordos com o governo do presidente de facto, Roberto Micheletti, sobre os termos de sua saída.
"Sua saída do país só pode ser autorizada sob o pretexto de asilo político por sua condição de pessoa que enfrenta acusações e mandado de prisão", disse o chanceler de facto, Carlos López.
Zelaya tem contra ele uma ordem de prisão decretada por supostamente violar a Constituição ao tentar realizar uma consulta popular que abriria caminho para sua reeleição.
O presidente deposto foi destituído do poder e levado para a Costa Rica em 28 de junho, mas voltou secretamente ao país em 21 de setembro e desde então está abrigado na sede diplomática brasileira.
Zelaya pretendia chegar ao México na quarta-feira, mas o governo de facto só concordou em dar o salvo-conduto para que viajasse como asilado, o que o líder deposto rejeitou.
Ele tentou deixar Honduras e ir para o outro país como "hóspede".
"O presidente não pediu asilo nem pedirá. O presidente continua com suas tentativas de buscar uma saída para que se restitua a institucionalidade democrática em Honduras", disse à Reuters o principal assessor de Zelaya, Rasel Tomé.
López disse que "não tinha sentido" falar de uma anistia, pois havia sido descartada por negociadores de Zelaya e do governo de facto no chamado Acordo de San José, assinado em outubro e que pretendia acabar com a crise desencadeada após o golpe de Estado de junho."Tudo foi cumprido em relação ao Acordo de San José, a situação ficou clara, não tem sentido esse pedido porque seria uma ingerência nos assuntos externos de Honduras", afirmou.
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