Neste domingo os católicos do Brasil celebram a solenidade de São Pedro e São Paulo. Ao longo da história acrescentou-se à mesma celebração o que se chamou de Dia do Papa. Isso porque a Igreja crê, desde os primeiros tempos de sua história, que os seguidores de Jesus Cristo formam uma grande família, cujos fundamentos radicam-se no que professaram e ensinaram aqueles dois grandes apóstolos.
Ambos viveram experiências especiais e singulares de encontro com Jesus Cristo. Ambos se tornaram evangelizadores por excelência e líderes capitais das primeiras comunidades cristãs. Ambos terminaram seus dias em Roma, entregando a própria vida em favor da causa abraçada. Aos dois pareceu que a vida e a morte se tornaram por demais pequenas ante a grandeza do que conheceram e anunciaram.
Após seu martírio os cristãos os reconheceram como fundadores históricos da Igreja. Pedro foi, então, reconhecido como o primeiro papa. Seus sucessores receberam a missão de conservar, nos caminhos da história, aqueles mesmos fundamentos herdados de Jesus Cristo. É daí que se reconhece que a fé professada hoje está em linha de continuidade e identidade com a fé professada nos primeiros dias da Igreja. É esta a grande missão do nosso querido papa Francisco.
A missão conferida ao papa não é mera liderança moral. Sua grande missão é zelar e proteger a fé legada por aqueles que primeiro conheceram Jesus
Talvez se queira dizer que não passa de uma tradição entre tantas outras. Neste caso, portanto, melhor seria interpretar segundo os balizamentos e circunstâncias da história humana. Mas, desde que Deus se tornou pessoa humana, são os caminhos humanos os melhores para reconhecer sua revelação. Assim cremos. E, por isso mesmo, vemos que se aplicam também ao papa dos nossos dias aquelas palavras outrora pronunciadas por Jesus ao apóstolo Pedro: “A ti darei as chaves do Reino dos Céus... tudo o que ligares será ligado... tudo o que desligares será desligado” (Mt 16,19). Alguns versículos antes, o próprio Senhor o chamara de “rocha” sobre a qual seria edificada a Igreja.
Na linguagem bíblica, as “chaves” indicam a autoridade que alguém recebe para cumprir uma determinada missão. Como se trata das “chaves do Reino dos céus”, ou então, para acolher a realeza de Deus, é preciso participar do modo como Pedro, ontem e hoje, segue e ouve a palavra do Senhor Jesus. Já a expressão composta “ligar... desligar”, de profundas raízes no judaísmo antigo, refere-se a reconhecer, como verazes ou não segundo os critérios de Deus, os comportamentos e opções dos discípulos de Jesus Cristo.
Portanto, para os católicos a missão conferida ao papa não é mera liderança moral. Não se trata apenas de um respeitado coordenador ou chefe de uma organização de história milenar. Seu papel não é apenas uma realidade funcional. Muito mais: sua grande missão e também responsabilidade é zelar e proteger aquela fé legada por aqueles que primeiro conheceram Jesus, ouviram-no e com Ele estiveram.
Mais do que simpatias, mais do que jargões de progressista ou conservador, ao nosso papa Francisco, como aos anteriores, cabe o título de Vigário de Cristo. Esta é uma palavra nem sempre bem compreendida. Seu sentido original é atuar investido com poderes de um outro e em seu nome. Para nós, católicos, o papa pastoreia a Igreja de Cristo e em seu nome.
Que neste domingo, dia do papa, peçamos ao Senhor que acompanhe e ilumine o nosso querido papa Francisco.
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