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 | Albari Rosa/Gazeta do Povo
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Brasil nunca será o mesmo. Desde que um corajoso e competente grupo de homens e mulheres abraçou a missão de colocar um fim à impunidade de políticos e empresários corruptos, o brasileiro honesto vê a possibilidade de uma nação pautada na lei.

É difícil dimensionar a dívida que nosso povo tem com a força-tarefa da Operação Lava Jato, formada por Ministério Público Federal, Justiça Federal e Polícia Federal no Paraná, e que tem como seu principal expoente o corajoso juiz Sergio Moro.

É preciso retomar a discussão e votação do projeto das Dez Medidas com seriedade

Mais de uma vez ouvi acusações de que a Lava Jato produz um espetáculo midiático desnecessário e que desrespeitaria os direitos dos acusados. Penso, porém, que as vítimas da corrupção têm, sim, o direito de saber o que está acontecendo e é preciso lembrar, ainda, que os homens e mulheres da Lava Jato enfrentam pessoas e partidos poderosos, dispostos a quase tudo para atrapalhar a operação. Não se trata, portanto, de espetáculo midiático, mas de respeito às vítimas do maior esquema de corrupção da história humana: milhares de brasileiros e brasileiras mortos nas filas de hospitais, milhões de desempregados, crianças e jovens com o futuro comprometido por péssima educação e tantas dívidas sociais produzidas ou potencializadas pela corrupção.

A Lava Jato e seus heroicos agentes precisam, sim, de apoio popular. Somente com o maciço apoio da população a operação terá pleno êxito. Por mais impactante que seja, porém, ela não dará conta do combate à corrupção sistêmica no longo prazo. As Dez Medidas Contra a Corrupção, propostas pelo Ministério Público e apoiadas por mais de 2 milhões de assinaturas, seriam vitais para a continuidade do que a Lava Jato iniciou. Como diz meu amigo Paulo Wedderhoff, “a Lava Jato é a cirurgia corretiva e o projeto das Dez Medidas é a vacina preventiva”.

Infelizmente, no entanto, na madrugada de 30 de novembro do ano passado o Congresso Nacional se reuniu para atentar contra o país e desfigurar o projeto de lei de iniciativa popular das Dez Medidas. A mutilação produzida no projeto foi um ato de lesa-pátria; um ataque aberto da Câmara dos Deputados contra a justiça, a ética e a democracia, ignorando por completo a vontade popular e aprovando um texto que é um pacote mais a favor que contra a corrupção. É preciso retomar a discussão e votação do projeto das Dez Medidas com a seriedade e compromisso que o tema exige.

Como afirmou repetidas vezes o procurador Deltan Dallagnol, “a corrupção não é um crime sem vítimas”. E o que cada um pode fazer? Arregaçar as mangas e fazer sua parte, apoiando a Lava Jato. Seu país precisa de você! Não é tempo de meias medidas; é tempo de agir! Poste uma mensagem de apoio à operação nas redes sociais, cole um adesivo no carro, produza adesivos, vá às manifestações, escreva para jornais; só não deixe de adicionar sua energia, fazendo parte da história e somando neste grande esforço de todo um povo para a construção de uma nova nação!

Alan Schlup Sant’Anna é escritor e palestrante.
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