As cidades inteligentes estão no centro das discussões tanto no Brasil quanto no exterior. Para concretizar as previsões esperadas da ampliação desse modelo de gestão urbana exige-se a implantação de novas políticas orientadas a garantir sustentabilidade, eficiência de recursos e governança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seus habitantes.
Contudo, os gestores veem nesse cenário um novo espaço de inovação para explorar suas políticas e intensificar resultados, colocando sempre o cidadão como o protagonista indiscutível de todas as iniciativas.
Sem dúvida, o interesse da sociedade por esse tema é crescente. No entanto, o que nitidamente em muitas ocasiões é mais difícil de observar é uma discussão que coloca em pauta o lugar do cidadão nesse novo entorno. Eles são o fim, mas também o canal necessário para implantar iniciativas de êxito no âmbito das cidades do futuro.
Em agosto de 2014, a Indra ouviu da opinião pública a importância das cidades inteligentes na evolução e qualidade da vida urbana. Saber a visão do cidadão sobre o que pode ser aprimorado na sua cidade.
Fazer com que o percurso de casa para o trabalho seja realizado em menos tempo e com qualidade, por exemplo, é gerar sustentabilidade
A empresa rodou o mundo e entrevistou mais de 2 mil pessoas em 234 cidades, entre elas Bogotá, São Paulo, Rio de Janeiro, Madri, Santiago, Cidade do México, Lisboa e Roma. Como resultado, os serviços que oferecem as cidades nos âmbitos da sustentabilidade e e-administração são os que obtiveram a avaliação mais baixa por parte dos cidadãos. No extremo oposto, a percepção de segurança se confirmou como o serviço melhor avaliado pelos entrevistados (6,1) em uma escala de um a dez.
Posso afirmar que hoje grande parte dos problemas urbanos, principalmente nas grandes cidades, decorre da a falta de mobilidade. Fazer com que o percurso de casa para o trabalho seja realizado em menos tempo e com qualidade, por exemplo, é gerar sustentabilidade.
Cidades como Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro passam por esse processo de transformação e a população já consegue sentir importantes mudanças. A tecnologia é, sem dúvida, parte integrante desse modelo urbano. Porém, o grande desafio para as companhias é criar, desenvolver e implementar sistemas tendo como premissa a vida do cidadão.
De qualquer forma, não devemos esquecer que, neste novo modelo, o cidadão deve estar no centro, como receptor e participante na gestão da cidade e, portanto, dos serviços que estão à sua disposição. Isso significa que a cidade deve proporcionar de forma personalizada informações conforme a interação das pessoas com os meios físicos, sociais, administrativos e ambientais.
Uma cidade inteligente não pode implicar somente na implementação de tecnologia, mas sim contemplar um ambicioso plano de comunicação, difusão e inclusão dos cidadãos para que conheçam e comecem a utilizar os serviços que são oferecidos. Os gestores da cidade precisam escutá-los, como também colocar à disposição todos os meios necessários para que os habitantes possam transmitir suas percepções e participar ativamente na gestão.