Afirmam os entendidos que não se pode nem se deve viver sem inimigos. São necessários à firmeza de nossas convicções e eficiência de nossos atos. Mesmo na metafísica há necessidade de contrários: após a Criação, o próprio Deus descolou um adversário, na pessoa do seu anjo predileto, que era Lúcifer. Daí até Obama e o presidente do Irã foi um passo.
No tempo que me coube viver, não fiz, mas fizeram por mim uma sucessão de vilões, desde o vento encanado na infância às sacolas de plástico de hoje, que me parecem o Inimigo da vez. Houve outros, de diversos malefícios.
Só para lembrar alguns mais recentes: a camada de ozônio na atmosfera, ameaçada pela poluição generalizada, o complexo do Alemão, os anões do Orçamento, o fumo, o programa do Ratinho, o açúcar, a carne vermelha, os fiscais do Imposto de Renda, etc.
As sacolas de plástico estão na hora e na vez dos nossos grandes inimigos. Já foram aliadas quando simplificaram a operação de levar qualquer coisa de um lugar para outro, principalmente os mantimentos do dia a dia. Antes, embrulhava-se tudo em algum tipo de papel, principalmente em jornais. Não era higiênico nem eficaz. Uma tainha embrulhada num "Jornal do Brasil", além de ficar contaminada com a tinta de impressão, acabava sujando a mão de quem a conduzia.
O plástico e a sua sacola acabaram com esses riscos. Mas levam séculos para se decompor, aumentando assim o lixo poluidor, que causará a morte do nosso planeta, se antes não causar a nossa morte individual.
Nunca esqueço aquelas feministas que proibiram o orgasmo enquanto houvesse a ditadura do general Pinochet. Outro dia, uma delas segundo li numa folha aqui do Rio quis chamar uma Tropa de Elite para punir um feirante que colocou uns rabanetes numa sacola assassina.
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