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Os copiadores das causas da esquerda americana (antitabagismo, racialismo etc.) agora assestam a mira contra a PM. Nos EUA é efetivamente um problema sério o que chamam, por lá, de "militarização" das forças policiais. A crítica, justa, não tem nada a ver com a forma de organização da polícia, mas sim com uma política de Estado excessivamente violenta (invasão de residências por grupos fortemente armados e mascarados durante a noite para cumprir mandados, uso abusivo de tasers e outras armas menos letais).

A doutrina militar americana, que preconiza o uso de força superior à necessária para garantir a rapidez da ação, passou a ser empregada pelas forças policiais locais, que vêm ganhando blindados e equipamentos pesados da administração federal. Quando a isso se somam um desejo de punição exacerbado e leis draconianas (como a que determina prisão perpétua para o condenado pelo terceiro crime sucessivo, ainda que sejam três furtos de galinha! Pudera que a população prisional americana seja a maior do mundo em termos proporcionais e absolutos: há mais presos nos EUA que na China!), como se tem por lá, a coisa fica realmente esquisita, cada vez mais se aproximando de um Estado policial.

Já no Brasil a situação é oposta: às nossas polícias militares é dada uma missão protetora que a própria legislação em vigor frustra. A imensa maioria dos crimes (furtos, porte de drogas etc.) não dá cadeia, o que garante que o criminoso conduzido pela PM seja frequentemente liberado antes mesmo que o policial acabe de registrar a ocorrência. Desnecessário dizer que essa virtual impunidade se traduz em criminosos circulando e agindo em quantidades inauditas. O próprio uso de algemas ao conduzir o preso à delegacia, precaução necessária para a segurança dos policiais, foi restringido e precisa ser justificado por escrito a cada caso.

Mas nossos "progressistas", na sua cegueira de sempre, tentam importar pronto um protesto, como fizeram com o racialismo americano (lá, afinal, pretos e brancos vivem tão separados que falam com sotaques diferentes, o que poderia justificar algumas políticas baseadas na horrenda noção de "raça", que por lá é um fato consumado). Querem porque querem "desmilitarizar a PM". Ora, a situação aqui é a oposta. Os abusos – que existem – cometidos por PMs são, em geral, devidos à exasperação com a impunidade, não a uma política de Estado. Nossos policiais têm armas e munição de menos, não de mais. A organização administrativa da PM não tem nada a ver com isso.

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