| Foto: James May/Acnur

Em tempos de guerra e tragédias, aumenta a migração internacional. O Brasil é um dos muitos países que acolhem imigrantes, e é importante que percebamos claramente o que isso significa. O imigrante é um membro novo da sociedade, mas o é indubitavelmente. Ele deve seguir todas as leis e costumes locais, e procurar tornar-se mais um membro útil do corpo social. No nosso país, em que não existem sistemas de seguridade social que permitam viver sem trabalhar, os imigrantes forçosamente veem-se levados a buscar vagas no mercado de trabalho, o que é ótimo para eles e para o mercado. Afinal, eles são, por definição, pessoas empreendedoras.

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Normalmente, em tempos de crise, emigra quem consegue. Os emigrantes são uma amostra selecionada da população de seu país de origem: são os mais empreendedores, os mais audazes, que enfrentaram os muitos perigos da migração para buscar estabelecer-se em outro país. Eles são uma riqueza enorme para o país que os acolhe, e uma perda muitas vezes irreparável para sua terra natal, que os perde. É compreensível que eles sonhem em voltar para a casa paterna que deixaram, mas isso não deve impedir sua perfeita integração na sociedade que os acolhe.

É impossível, graças a Deus, dizer que exista uma “cara de brasileiro”

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Há muitos com medo da entrada de imigrantes radicais islamistas no país; a isso só podemos responder reiterando que é dever do imigrante integrar-se, e dever da sociedade integrá-lo. Um radical islamista deveria ser impedido de agir em prol de suas ideias totalitárias e violentas, quer seja imigrante, quer tenha nascido e crescido aqui (e os há). Na Europa, esse argumento chega a ser ridículo: os países da Europa ocidental exportam – e não importam – islamistas. No Brasil há já aglomerações de imigrantes e descendentes de imigrantes em que vicejam radicais. É dever da polícia e das Forças Armadas ficar de olho neles e impedir sua ação. Preocupar-se com a possibilidade de importação de radicais em meio às multitudes migrantes é um contrassenso; como em qualquer outro grupo grande de gente, teremos gente boa e gente má, exatamente como já temos na nossa sociedade. Para um país que conta 60 mil homicídios por ano, o perigo acrescido do terrorismo islâmico é risível. Infelizmente, a vida aqui já é muito barata.

Somos um país constituído de imigrantes; os olhos de grande parte da nossa população não negam a distante origem indígena, à qual se somaram as ancestralidades portuguesa, africana, europeia e asiática, numa vasta mistura cultural em que é impossível, graças a Deus, dizer que exista uma “cara de brasileiro”: somos todos brasileiros, de todas as cores e com todos os formatos de nariz, com antepassados vindos de toda parte mundo afora. Que beleza que mais imigrantes venham engrossar o nosso caldo!