Mais uma vez provando que tudo que é digitalizado será copiado, uma alma caridosa – segundo alguns a serviço da Rússia – soltou na rede cerca de 3 mil documentos internos das organizações do famoso capitalista George Soros, um dos homens mais ricos do mundo. Há de tudo um pouco, ainda que infelizmente pouco tenha sido vazado sobre a forte atuação de Soros no Brasil. Sabe-se agora, porém, graças aos documentos, que ele ajuda financeiramente a Mídia Ninja, grupo pseudoindependente de jornalismo de extrema-esquerda que em 2013 revelou-se uma espécie de seita a usar trabalho escravo mesmo recebendo enormes quantias dos cofres públicos de administrações petistas.
A verdadeira política se torna impossível quando uma força fartamente financiada e coordenada só encontra pela frente grupinhos reacionários descoordenados tentando defender este ou aquele aspecto que lhes é caro da ordem em dissolução
Que o dinheiro do especulador transnacional Soros misture-se nos cofres do estranhíssimo Pablo Capilé ao dinheiro do contribuinte era de se esperar: as causas da “esquerda” de hoje são as que Soros e seus colegas determinarem, aqui e alhures. Não é por acaso que, por exemplo, todo o planeta tenha súbita e simultaneamente descoberto como verdade segura de dar inveja a Descartes que travestis são mulheres, como antes descobrira que raças existem e são duas, “branca” e “negra”, e por aí vai. O que passa hoje por direita em geral é mero reacionarismo populista, mas o que passa por esquerda é uma impressionante ordem-unida internacional de que Soros é um dos comandantes. Aqui, na Europa ou nos EUA, as variações em uníssono do discurso da esquerda são ditadas e bancadas por um concerto de alguns poucos megacapitalistas. Tanto faz se são “mídias ninja”, “coletivos” informais, partidos oficiais, organizações estudantis, trabalhistas ou “culturais”: é tudo, na verdade, uma coisa só. São mil cabeças da mesma hidra, cujos soldados rasos muitas vezes ignoram a quem servem e se creem anticapitalistas, negando-se a ver que Hillary Clinton, a candidata de Wall Street e do Pentágono, defende as mesmas causas que o PSOL brasileiro.
O que essa ação plutocrática global gera é a negação da política. A verdadeira política se torna impossível quando uma força fartamente financiada e coordenada só encontra pela frente grupinhos reacionários descoordenados tentando defender este ou aquele aspecto que lhes é caro da ordem em dissolução, sem sequer perceber que há uma ordem sob ataque sistemático. Os capitalistas globalizadores visam a dissolução de todas as instâncias intermediárias de poder; seu alvo maior é a família, mas também estão na mira as organizações de bairro e vizinhança, os grupos locais reunidos em função de interesses comuns, as comunidades religiosas, os pequenos empresários, a economia informal e comunitária e o que mais una e fortaleça os pequenos contra os interesses dos poderosos. O poder odeia o amor.