Nem só de desastres iminentes vive o noticiário ambiental. Você já percebeu como os computadores têm se reduzido ultimamente? Pela primeira vez em décadas meu último computador consome menos energia que seu antecessor. O pequeno netbook em que escrevo esta coluna possui uma pequena escotilha de 10 polegadas, que chamam de monitor, teclinhas de celular e mesmo assim é muito útil porque é leve e sua bateria dura mais que atraso de companhia aérea, me permitindo economizar também energia pessoal: "Não se preocupem, podem atrasar quanto quiserem, vou trabalhando tranquilo aqui no saguão".
Também os novos monitores de LCD são mais econômicos que as pequenas tevês que usávamos antigamente, ainda mais aquelas de fósforo verde que os mais novos nem viram. O processamento paralelo é outra boa ideia. Dois chips econômicos trabalhando juntos trazem rapidez com menos consumo, mesmo que ainda poucos programas utilizem esse recurso plenamente. A migração dos e-mails para os telefones celulares também tem ampliado a economia de energia, mas nessa eu ainda não entrei.
O maior vilão do consumo de energia na informática ainda são os grandes servidores onde milhares de computadores empilhados permitem buscas, checar o saldo bancário, organizar o fluxo de informação na internet e tudo o mais da computação na nuvem. A Gartner, consultora internacional em TI, afirma que a indústria de tecnologia consome o mesmo tanto de energia que as companhias de aviação.
O professor Alex Wissner-Gross de Harvard afirmou à Times em 2009 que duas pesquisas no Google consumiriam o mesmo tanto de energia que ferver uma xícara de água, mas, se você buscar o artigo hoje, ele já aparece com uma resposta da gigante de buscas ao lado. Nem mesmo a Times se atreve a irá-lo, com medo de ter seus leitores desviados para a revista concorrente.
Cada busca consumiria 0,0003 kWh. Como são 200 milhões de buscas por dia, o Google consumiria o equivalente a mil de mim. A conta não fecha. Se a empresa consome tão pouco por que coloca seus servidores próximos a hidrelétricas?
O Google lançou há alguns anos uma página preta de busca alegando que a cor escura iria economizar energia em centenas de milhões de monitores ao redor do mundo. Não gosto de soluções que "servem para chamar atenção para o problema". Problemas precisam é de soluções. "Dar atenção" para os problemas que nos cercam é quase sempre um eufemismo para "não quero gastar o tempo/dinheiro necessário para resolvê-lo".
Se sua disposição para melhorar o mundo se resume a trocar a cor de sua tela, é mais honesto assumir seu descaso de uma vez.
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