Quais as perspectivas ambientais neste novo mundo com desespero em grandes financeiras e em países sérios de ambos lados do Atlântico? Mente quem disser que sabe.
A incerteza, ao menos a mais recente, é tão maior quanto mais dinheiro você tiver. Se você tem uma empresa ou dinheiro na bolsa, está morrendo de medo. Se não tem emprego, talvez nem tenha notado a turbulência.
O baque maior em quem tem mais, ao menos por enquanto não reverbera no andar de baixo, vai fortalecer o neofrugalismo ou os recursos para ostentação estarão sempre garantidos? Afinal, qual revista você acha que tem mais futuro: Vida Simples ou Forbes?
Nestes três anos de crise tenho visto um frugalismo incipiente, muito restrito ainda ao ambiente natureba em que vivo. No geral ainda somos descendentes dos construtores de menires da Ilha de Páscoa ou totemistas da América do Norte, só que agora empilhamos papel pintado.
Tempos de crise não costumam ser o melhor momento para falar em ideais coletivos. Quando a coisa aperta, é cada um por si. Talvez, quem sabe, tanta insegurança financeira faça os 6% da população mundial que emitem a metade do carbono pensarem para quê mesmo estão fazendo isso. No entanto, também é possível que a insegurança aumente a necessidade de ostentar. Ambas são irmãs.
Durante a primeira fase desta crise, ainda havia quem acreditasse que os EUA criariam uma nova economia com os chamados empregos verdes. Apesar dos vários exemplos em que o grande irmão renasceu das cinzas, acho que desta não escapam, porque agora perderam o ideal coletivo. Aliás, o mesmo ideal coletivo que precisamos para tentar safar o planeta. Não parece que poderemos contar com a liderança dos EUA, tomados por lutas intestinas enquanto o império desmorona.
Por falar em queda de império, na Roma Antiga um colapso financeiro fez as pessoas desacreditarem do sistema e se voltarem para a agricultura, o que ajudou a enterrá-los de vez, porque ninguém mais pagava imposto. Os imóveis para alugar e pessoas morando em carros e barracas me lembram o colapso romano, mas eles tinham a vantagem de uma comunicação mais lenta. O que vai ser de nós com todo o dinheiro do mundo em fundos gigantes capazes de mover-se à velocidade da luz?
O dinheiro voador e descontrolado, rápido e especulativo, costuma ter pouca preocupação com a qualidade da gestão das firmas em que investe e muito menos com aspectos ambientais de longo prazo. Há hoje sistemas de corretores de mercado realizando compras e vendas em milionésimos de segundo. Ou seja, neste período um investimento pode entrar e sair de um país. É tão rápido que não se pode ver, o que dirá perguntar de onde vem e para onde vão as matérias primas desta empresa?
Minha salvação neste mundo novo vai ser como consultor sobre compostagem e coleta da água da chuva para gestores de fundos e corretores, pelo skype. Aceitam-se galinhas como forma de pagamento.
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