Escolha um ponto de vista e escolherá também amigos e inimigos. Tenho repetido em todo lugar a dura frase: "Sua opinião não me interessa!" seguida de "E a minha também não!" para mostrar que devemos nos ater mais aos fatos que a simpatias que têm a ver com tanta coisa de cada um. A pessoa pode ter, por exemplo, simpatia por saquinhos plásticos porque lembra que ia com a mãe ao supermercado ou porque trabalha na indústria plástica.
Recebi vários e-mails indignados com o fim das sacolinhas plásticas. Opiniões não interessam. O fato é que sacolinhas causam problema e os supermercados paulistas acharam um jeito de lucrar com isso. Vamos exigir que eles descontem de quem não usa sacos plásticos ao invés de cobrar de quem usa? Vamos abaixar a cabeça e cuidar da vida? Seja qual for a opção, nenhum emprego na indústria química será salvo mandando e-mails mal-educados. Em seu lugar, investiria meu tempo me preparando para um ramo de trabalho mais promissor, como fizeram algumas datilógrafas e relojoeiros. Mas esta é uma opinião, desconsidere-a se quiser.
Que a experiência paulista sirva para fazermos melhor aqui no Paraná.
E falando em opinião, nesta semana o Wall Street Journal publicou um artigo assinado por 16 cientistas, com o titulo "Não é necessário ter pânico sobre o aquecimento global". Veja um link para o artigo no blog o http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com.
Em um parágrafo, o artigo diz que "o fato mais inconveniente é a ausência de aquecimento por mais de uma década". Opiniões a parte, 2011 foi o 35.º ano consecutivo em que a temperatura esteve acima da média. Os anos de La-Niña são um pouco menos ruins, mas 2011 foi o ano mais quente de La Niña no registro que começou em 1880.
Mas e os 16 cientistas? Seis deles estão no bolso da Exxon. Doze nunca tiveram um único artigo científico publicado sobre o assunto. Um deles, por exemplo, é um projetista de aviões aposentado.
Sua opinião pode ser, como a de um professor que conheço, que os termômetros estão descalibrados, sem especificar direito qual e como. Neste caso, você terá bastante atenção porque, diante do desespero, todos desejamos uma voz materna que passe a mão em nossas cabeças e diga que tudo ficará bem. Isso, aliado a um empurrãozinho dos interessados, opera milagres.
Faz mais de uma década que a Exxon resolveu aproveitar todo o know-how desenvolvido pela Philip Morris para negar os efeitos do fumo passivo, para agora negar o aquecimento global. A ligação entre ambos se chama Steve Milloy e a fundação criada por ele, a TASSC. A Exxon fatura US$ 1 bi por dia vendendo óleo.
A minha opinião é que eles também deveriam procurar um ramo de trabalho mais promissor. Se não o fizerem, que ao menos não espalhem ignorância para aumentar seus lucros.