No Brasil, a hegemonia intelectual da esquerda já foi arranhada por uns gatos pingados à direita nas universidades, na mídia, no meio jurídico etc. – o suficiente para despertar a fúria de quem não estava mais habituado ao confronto de ideias. Verdade seja dita, não é só uma questão de pouca prática: faz parte do pacote ideológico esquerdista alguma dose de intransigência – quanto mais à esquerda, maior a dose. Isso acontece porque algo do espírito revolucionário e combativo permeia a imaginação de quem cresceu ouvindo exaltações ao ideal do comunismo e a figuras como Che Guevara. Mesmo que nem todos os progressistas (usemos um termo mais abrangente) subscrevam as convicções políticas mais radicais, no campo das ideias – cujo principal ambiente de difusão é a universidade – o que se tem visto por aí é a tentativa de sabotagem e eliminação de todo o pensamento concorrente. Nesta entrevista a Paulo Briguet, a professora Suelem Carvalho, do Departamento de História da UEM, conta ser vítima de perseguição ideológica onde leciona, porque incluiu em suas aulas, além dos cânones da esquerda, o estudo de outros pensadores não-marxistas.
A ousadia de não ser de esquerda na universidade (II)
Se até professores universitários são vítimas da patrulha ideológica de seus colegas, imagem o que acontece com alunos da graduação e pós-graduação, que dependem de nota, de aprovação, de orientação do docente? É realmente corajoso desafiar um professor, que, se quiser, pode complicar a sua vida acadêmica de tal modo até que você não consiga se formar ou se pós-graduar. Essa coragem foi demonstrada por Ana Caroline Campagnolo, que foi humilhada por uma professora em sala de aula pelo fato de ser cristã e conservadora, não deixou isso barato e processou a tal professora. Esse caso tornou-se emblemático, porque a aluna gravou tudo o que lhe fora dito na ocasião. No áudio, a incoerência é gritante e choca: uma professora, do alta da sua autoridade de docente, apoiada por uma turma toda, escarnecendo de uma jovem, chamando-a de intolerante para baixo. Thiago Kistenmacher comenta o ocorrido.
A ONU desaprova o Escola Sem Partido
Nas escolas, a situação é ainda mais dramática: crianças e adolescentes não têm repertório para contestar o que dizem seus professores. Todo aquele papo de “autonomia de pensamento” é balela nessa idade, e foi com esse tipo de pedagogia que conseguiram destruir o ensino das disciplinas elementares (por uma crítica mal formulada ao “decoreba”), criar uma nação de analfabetos funcionais, que mal sabem fazer as operações matemáticas básicas, de pessoas sem cultura, e de papagaios ideológicos. Um bom começo para colocar a educação brasileira nos trilhos é o projeto do Escola Sem Partido, que deixa alunos e professores cientes do que pode acontecer quando distorções ideológicas adentram a sala de aula. A ONU desaprovou o projeto. Nada mais previsível: a credibilidade da ONU/UNESCO em matéria de educação é questionável, como se pode averiguar no livro “Maquiavel Pedagogo”, de Pascal Bernardin. Luciano Ayan diz que Miguel Nagib deve ficar orgulhoso de seu trabalho depois dessa manifestação da ONU.