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Giro de opinião

Dizer o que se vê

 | Jacek Halicki/Commons
(Foto: Jacek Halicki/Commons)

A pior mordaça não é aquela colocada à força, mas a que o sujeito impinge a si mesmo por medo de desaprovação alheia. Na era do politicamente correto, que estabeleceu uma casta de pessoas inalcançáveis a qualquer crítica, João Pereira Coutinho desafia a quase totalidade da mídia, que se apressou a abafar o fato de que o massacre da boate em Orlando é mais um caso de terrorismo islâmico.

Liberdade e misericórdia na mira do terrorismo islâmico

O mundo é um presente de Deus aos homens, únicos seres dotados de inteligência, de consciência. Qual a importância disso para a cosmovisão judaico-cristã? No pano de fundo de nossos valores está a ideia de que a consciência individual é o que há de mais importante no cosmos; disso decorre o valor da liberdade para nós. Acrescente aí o fato de que todos padecemos juntos e que, por isso, é necessário sermos compassivos – e voilá, eis a civilização ocidental. Sim, é o ocidente que está na mira do bloco islâmico. É claro que há homens bons e pacíficos no Islã, provavelmente até a maioria. Mas não são eles que fazem barulho e que têm uma estratégia de poder em curso. Vamos aprender a dar nome aos bois, porque fechar os olhos diante do agressor não o faz sumir magicamente. Paulo Briguet é um dos corajosos que apontam o embate civilizacional que vivemos, mostrando por que o episódio do massacre da boate em Orlando é um atentado a nossos valores.

Trocar seis por meia dúzia

O Brasil padece males que o brasileiro nem bem sabe expressar quais são, muito menos saberá apontar o que é necessário para sair do atraso civilizacional. Compreensível. Fique trancado num recinto fedendo enxofre e tente sentir o perfume de uma rosa. Sem condições. O clamor do povo por mudanças significativas no cenário político foi respondido com migalhas, e ainda é aplaudido. A maior parte das lideranças intelectuais e dos movimentos de rua demonstraram não compreender em profundidade o estado de coisas na política nacional; apostando todas as fichas no impeachment, sacrificaram Dilma como bode expiatório da corrupção. Os corruptos continuam aí, mas os ânimos se apaziguaram. E, para que assim continuem, melhor ignorar os áudios de Sérgio Machado. Carlos Andreazza mostra o tamanho do buraco.

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