| Foto: Mandel Ngan/AFP

O governo Trump começou como um rolo compressor; ou melhor, continuou na mesma toada da campanha eleitoral, bastante inflamada, que prometeu colocar a América em primeiro lugar – uma lema que condensa as críticas que fez ao intervencionismo americano na política externa e o descaso dos governos anteriores com a economia, educação e segurança do próprio país. Em seu discurso de posse, o novo presidente americano manteve-se fiel ao tom de sua campanha, que foi justamente o que o fez ser eleito. Algumas de suas primeiras medidas como governante foram proibir novas regulações econômicas, congelar novas contratações de funcionários públicos e proibir o financiamento público de instituições abortistas, como a Planned Parenthood. Trump não é um líder carismático como Obama, mas é um líder popular, no sentido de que foi colocado na Casa Branca para responder aos anseios do povo americano, e não dos figurões de Wall Street, de Washington, do FED, do establishment acadêmico. Vilma Gryzinski comenta os primeiros dias do governo Trump.

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Desmistificando Trump

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Muita confusão persiste quanto às intenções de Trump à frente da Casa Branca. Os analistas confundem patriotismo com populismo, combate aos inimigos dos EUA com xenofobia, combate ao globalismo com combate à globalização. Filipe Martins, um dos poucos analistas políticos brasileiros que realmente entendem de ciência política e de política americana – e por isso mesmo acertou o resultado das eleições em 46 dos 50 estados americanos – ajuda a esclarecer, nesta entrevista a Paulo Briguet, algumas dessas questões ao comentar o discurso de posse e o que podemos esperar dos 100 primeiros dias do governo Trump.

A ovelha negra do GOP

Jeff Deist, presidente do Ludwig von Mises Institute, que faz parte da ala da direita que torce o nariz para Trump porque o considera pouco liberal em economia, afirma que a esquerda deveria estar aliviada: o eleito podia ter sido Ted Cruz ou Rick Santorum, os pré-candidatos mais conservadores do Partido Republicano. Tenho lá minhas dúvidas se um desses dois seria capaz de vencer Hillary Clinton. Deist não afirma nada nesse sentido, mas acredita que Hillary era uma candidata muito fraca. Uma vez que o eleito foi Trump, o economista espera que o novo presidente paute sua atuação pela contenção dos estragos já provocados por governos anteriores, e faz algumas sugestões.

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Democracia versus república

Flávio Morgenstern explica alguns conceitos fundamentais de ciência política para que possamos entender o sistema eleitoral americano, que permite a um presidente ser eleito sem a maioria do voto popular – justamente o caso de Donald Trump.

“Por todas as mulheres”. Todas?

No dia seguinte à posse do presidente, a Marcha das Mulheres monopolizou atenções em várias cidades americanas e fez a festa do jornalismo anti-Trump. Mas nem todas as mulheres eram bem-vindas à megapasseata.