Rodrigo da Silva, partindo do sucesso do jogo de realidade aumentada Pokémon Go, explica o funcionamento orgânico da economia de mercado: um sistema que funciona sob a lógica do bom serviço e do respeito à liberdade de escolha dos indivíduos. Nações que prezam por esses valores tendem a ter governos que não interferem significativamente na esfera privada. O fato é que o mundo não conheceria os hoje tão amados smartphones e todo o conforto de que desfrutamos na vida moderna sem um ambiente favorável à liberdade de criação e à gestão de negócios.
O sucesso do Pokémon Go
Sim, a economia regida pelo mercado, e não pelo Estado, é uma maravilha para a sociedade, porque premia quem tem algo de bom a oferecer para os demais. Além disso, a história é recheada de exemplos tenebrosos do que acontece quando os governos começam a se meter demais na vida do cidadão. A liberdade é um dos pilares do Ocidente, e parte da noção de responsabilidade individual. Feitas essas ressalvas, é importante lembrar que a vida não se limita aos seus aspectos econômicos. Aliás, há de se perguntar quais são as forças regendo o funcionamento do mercado, que é bastante complexo. A psicologia social é uma disciplina que se desenvolveu enormemente nas últimas décadas e disponibilizou ferramentas de engenharia da sociedade que, sabemos, têm sido amplamente utilizadas. Observe as mudanças de que temos notícia no padrão de comportamento do homem ocidental. Por que digo isso? Porque se, por um lado, é incrível a evolução da tecnologia para que possamos ter um joguinho como o Pokémon Go, por outro essa mesma liberdade que estamos a louvar faz com que as pessoas – adultas – tornem um joguinho de criança um fenômeno cultural. João Pereira Coutinho recorda o saudoso tempo em que entretenimento para adultos era relaxar fumando um cigarro e tomando um trago depois do expediente. Estamos nos tornando uma civilização de imaturos.
Pokémons reconectando um autista com o mundo
Não se trata de demonizar o Pokémon Go. É só um jogo. Como será utilizado, cabe a cada um decidir. Vicente Carvalho traz o relato da mãe de uma criança autista que, a partir do jogo, conseguiu interagir com outras pessoas, crianças e adultos, que também estavam a caçar Pokémons.
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