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| Foto: Griszka Niewiadomski/Free Images

Recentemente, saíram textos interessantíssimos sobre alguns dos temas que tratei na última coluna, e por isso irei retomá-los. A educação no Brasil vai de mal a pior, tanto no setor público como no privado. Se o desempenho de alunos de escolas particulares é superior ao das públicas, quando comparado ao desempenho dos estudantes estrangeiros, fazemos vexame. No Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Alunos, como o Brasil figura há alguns anos entre as últimas posições no ranking, fica clara a inaptidão do ensino brasileiro nos dias atuais. Mas a coisa é pior ainda quando se verifica que mesmo nossos alunos com melhor desempenho atingiram notas medíocres. Há estudos que indicam que tanto melhor serão os indicadores econômicos de um país quanto mais qualificados forem os melhores alunos. Via de regra, a futura elite intelectual do país está nas escolas privadas, justamente porque essas oferecem uma formação um pouco mais consistente. É por isso que assustam os dados que mostram o desempenho dos estudantes das particulares: dá a sensação de que os pais não têm a quem recorrer para proporcionar boa educação aos filhos, e que, assim, o país jamais irá para frente. João Batista Oliveira comenta o resultado do Prova Brasil 2015, recentemente divulgado pelo MEC, mostrando as razões e as consequências do fracasso nacional do ensino. O que você, querido leitor, pode fazer agora para livrar sua família das estatísticas? Estude por conta e ensine seus filhos (integral ou complementarmente), e procure os bons professores que ainda estão por aí.

Professores ideólogos (2)

Os problemas da educação brasileira decorrem de fatores bastante diversos: desde mudanças culturais que criaram um ambiente de indisciplina crônica em sala de aula, até a estruturação do ensino para o êxito dos alunos no vestibular. Mas, é evidente, também passa pelas questões, um, do despreparo, e dois, da má atuação dos professores – do primário à universidade – que confortavelmente têm extrapolado os limites do magistério. Certa vez, ouvi o seguinte conselho, vindo de um grande professor: “quem tem por vocação o estudo, quem sente a necessidade de entender as coisas como são, tem a obrigação de ensinar”. Infelizmente, no Brasil de hoje, uma doença corrói a avidez pelo conhecimento das pessoas que têm por vocação o estudo/ensino: o pensamento ideológico, que polariza em “a favor” e “contra” todas as questões, que traz respostas prontas a todo assunto, que ignora fatos, que quer pular logo para a fase “crítica” antes de passar por um processo longo – enfadonho, é verdade, mas necessário – de aquisição de informações, de habilidades cognitivas, de cultura! Aos que imaginam que eu simplesmente advogo em nome de um ensino que propague a ideologia contrária à preponderante, não se apressem em julgar! Advogo um ensino que proporcione as condições necessárias ao desenvolvimento da inteligência. Para isso, não só as aptidões e inclinações dos alunos precisam ser respeitadas e desenvolvidas, como os professores precisam ser pessoas estudiosas, que devem se colocar diante de seu objeto de estudo como cientistas em busca da verdade, e não como ideólogos. Luiz Felipe Pondé confirma, neste artigo, a tragédia do ensino ideologizado, que desbarata o mais genuíno amor ao conhecimento.

Bebês são fofos, os dos outros (2)

Ao contrário do que imaginava, meu comentário da coluna anterior a respeito do anti-natalismo foi o que causou maior polêmica entre os meus (poucos e fiéis) leitores. Compreendo que é um assunto delicado, sobretudo quando se volta o olhar para a configuração familiar de cada um de nós. E tudo o que diz respeito à família costuma nos afetar onde é sensível. Porém, gostaria de insistir no assunto, recomendando o documentário “Inverno demográfico”, que, entre outras coisas, refuta as teses que apontavam o colapso da sociedade com o crescimento populacional, e que vale, ao menos, como divulgação de um ponto de vista frequentemente ignorado.

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