Se os comunistas tivessem vencido em 64, os três Carlos – Marighella, Lamarca e Prestes – seriam considerados heróis nacionais. Escolas, ruas e viadutos estariam recebendo seus nomes. Fidel Castro, Che Guevara e Mao Tsé-tung seriam apresentados nos livros de História e nos cursos universitários como grandes defensores da liberdade. Nos bancos escolares, a Revolução Francesa viraria sinônimo de evolução democrática.

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Invasões e desapropriações de fazendas produtivas aconteceriam com frequência. O BNDES e a Caixa Econômica financiariam manifestações do MST. Vira e mexe, o governo expulsaria famílias com mais de 90 anos de cultivo da terra.

Antigos companheiros de viagem da esquerda – tais como José Serra, presidente da UNE em 1964 – seriam hoje considerados inimigos do povo. Os oligarcas do Maranhão tornar-se-iam amigos do governo desde criancinhas. Os tucanos, feito os mencheviques na Rússia, seriam demonizados por toda parte como perigosos extremistas de direita.

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Se os comunistas tivessem vencido em 64, correríamos o risco de ser governados por ex-informantes da ditadura ou ex-terroristas. A história do país seria reescrita apenas por um lado. Todos os crimes desse lado seriam esquecidos e apagados para sempre. Seria criada uma Comissão da Verdade para humilhar e punir os reacionários.

Era até capaz de o governo, em determinado momento, querer controlar, via mensalão, o Poder Legislativo. Talvez o Judiciário viesse a sofrer ataques maciços quando alguma de suas decisões desagradasse ao partido do poder. Grande parte da imprensa estaria mergulhada na autocensura. Até alguns cartunistas virariam chapa-branca. E as vozes críticas, cada vez mais raras, seriam duramente atacadas por militantes raivosos.

A gente nunca sabe do que os comunistas seriam capazes se tivessem vencido em 64. A maior parte dos governos da América Latina, a esta altura, poderia estar sob o controle de uma instituição chamada Foro de São Paulo.

Os crucifixos seriam banidos das repartições públicas. Grupos de pressão fariam esforços descomunais para a liberação do aborto e da maconha, mesmo contra a vontade da maioria da população. A Petrobras perderia 30% do seu valor de mercado e despencaria da 12.ª para a 120.ª posição entre as maiores empresas do mundo. A atividade empresarial seria criminalizada através de um mar de impostos e burocracia. E Paulo Freire seria considerado o Patrono da Educação Brasileira.

Nossa! Ainda bem que os comunistas não venceram em 64, né?

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