No livro de memórias Filho da Revolução, o escritor cubano Luis Manuel Garcia conta que em 1970 o ditador Fidel Castro proibiu o Natal em Cuba. Isso mesmo que vocês leram. Para não atrapalhar os esforços da grande colheita de cana incentivada pelo governo socialista, Fidel resolveu transferir a data do Natal para 26 de julho, aniversário do ataque ao quartel de Moncada, realizado por Fidel e seus companheiros antes da Revolução. Estarrecidas, as crianças cubanas – Luis Manuel tinha 10 anos na época – foram informadas também que a festividade pelo nascimento de Jesus passaria a ser chamada de Dia das Crianças. Fidel justificou sua decisão alegando que Cuba não era mais um país religioso e não fazia sentido comemorar uma festa “importada da Europa” há tantas gerações. Embora a colheita de 10 toneladas de cana tenha sido um baita fracasso, a proibição do Natal só foi revogada em 1998, após uma visita e um apelo do papa João Paulo II à ilha socialista.
Mas não se enganem: os inimigos do Natal não se limitam a Fidel Castro. Minoritários, mas ousados, eles continuam por aí, fazendo de tudo para sabotar e, se possível, acabar com a festa do nascimento de Jesus. O maior dos inimigos do Natal, no entanto, não é um ser humano nem uma personagem literária. É o diabo. A presença do inimigo está por trás de todas as tentativas de ignorar ou desprezar a vinda do Menino Jesus.
O Natal vai superar as dificuldades e triunfar ao fim de tudo
Entre os proibidores do Natal, destacam-se os militantes laicistas, aqueles que defendem o encarceramento das manifestações religiosas no âmbito privado. São eles que fazem cara feia ou até soltam xingamentos quando alguém diz “Feliz Natal” em público, ou defendem a troca da costumeira saudação natalina por um anódino “Boas festas”.
O consumismo exacerbado também pode ser um inimigo do Natal. É perfeitamente natural que as pessoas queiram trocar presentes e lembranças em 25 de dezembro, e é bom que o comércio e a economia sejam aquecidos no fim do ano, gerando emprego e renda para muitos. Mas reduzir o Natal à troca de mercadorias ou transformar os presentes numa obsessão patológica pode causar não apenas danos à vida financeira, como também provocar feridas graves na vida espiritual. Não se deve esvaziar o sentido do Natal a golpes de cartão de crédito.
Os militantes abortistas estão entre os mais perigosos inimigos do Natal. Haverá maior ofensa à memória do nascimento de Jesus do que incentivar, defender ou relativizar a morte dos pequenos cristos no ventre materno?
E o que dizer da corrupção que se espalha como um câncer por todas as dimensões da esfera pública? Ao destruir as bases econômicas e morais do país, os maus políticos estão entre os maiores inimigos do Natal. Seguidores de Herodes, os corruptos não toleram a existência de um Rei muito mais poderoso do que eles.
Apesar de tantos inimigos, nós, cristãos, temos a certeza de que o Natal vai superar as dificuldades e triunfar ao fim de tudo. Peçamos a Maria Santíssima, Mãe de Deus, e ao querido e silencioso São José, guardião do Menino Jesus, que intercedam junto ao Criador para que este Natal seja um sinal claro da salvação eterna.
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