Quando um país está diante da necessidade de aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) e reduzir o desemprego, são importantes e decisivas as atitudes de empresários, investidores e organismos financeiros na decisão de elaborar projetos, desenvolver ideias, identificar necessidades e fazer investimentos e negócios. O Brasil está na situação de não poder perder tempo, pois a recessão foi pesada, o PIB caiu 7,4% em três anos, o desemprego aumentou expressivamente e o objetivo maior de elevar o PIB depende de mais investimentos, mais negócios e mais empresas.
Ocorre que os homens de negócios, os futuros empreendedores e os bancos de investimentos seguem uma sequência lógica em suas decisões. Eles observam o país, identificam problemas e necessidades, fazem seus estudos, elaboram as soluções, identificam mercados, modelam o tipo de negócio, elaboram os projetos e decidem construir empresas e fazer negócios. Não é difícil entender que a complexidade das atividades de planejar, decidir e empreender pode ser maior ou menor dependendo do grau de certeza e de previsibilidade sobre os rumos da economia, da política, do governo e das questões sociais.
Um ambiente de estabilidade é, por si só, um grande indutor de decisões de investimentos e negócios
No campo da economia, variáveis como previsão de crescimento do PIB, inflação, desemprego, taxa de juros, tributação, reforma trabalhista, reforma previdenciária e situação das finanças públicas são necessárias para que os planejadores e os homens de negócios possam avaliar seus projetos e a viabilidade de investimentos. No campo da política entram as previsões de variáveis como estabilidade da democracia, funcionamento das instituições, normalidade eleitoral e as expectativas sobre o futuro político em todas as esferas que dependem de governantes eleitos. Completando esse panorama entram as variáveis sociais, das quais a principal é a previsão sobre as tensões sociais derivadas do desemprego, da violência urbana e dos conflitos entre os segmentos da sociedade.
No Brasil de hoje, a vida dos planejadores e dos empreendedores está especialmente difícil, pois uma característica está presente nos três grandes campos da atividade nacional: na economia, na política e nas questões sociais, as incertezas são elevadas. Se examinadas as reformas em andamento no Congresso Nacional, a enorme crise política provocada pelas várias operações judiciais contra a corrupção – cujo símbolo maior é a Lava Jato, com seu elevado número de autoridades, burocratas, políticos e grandes empresários envolvidos – e as dificuldades na previsão sobre os rumos da economia, o grau de incerteza é bastante elevado.
Quando as incertezas atingem alto grau, o desestímulo dos empreendedores, investidores e homens de negócios é devastador. A economia é um sistema resultante de decisões de o que produzir, quanto produzir e para quem produzir, e das bilhões de operações diárias executadas por seres humanos racionais e emocionais. É por essa e outras razões que a psicologia entrou para a economia a fim de entender como as pessoas tomam decisões à luz de informações reais e percepções emocionais sobre as múltiplas situações e opções que se apresentam.
Sabendo que um ambiente de estabilidade política, estabilidade econômica e tranquilidade social é, por si só, um grande indutor de decisões de investimentos, de negócios e de empreendimentos, não é difícil entender por que o Brasil vem patinando na recuperação econômica e na melhoria das condições sociais. O custo da incerteza é bastante alto e vem em forma de baixo crescimento do PIB e alta taxa de pobreza.
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