Com três anos completados em março, a Operação Lava Jato já atingiu figurões da política paranaense e deve fazer mais vítimas assim que a “segunda lista de Janot” se tornar pública. Petistas de peso, como André Vargas, Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, tiveram as carreiras políticas interrompidas ou bastante abaladas. Já o governador Beto Richa (PSDB) sofreu (outro) um duro golpe recentemente, que coloca em risco suas pretensões futuras. E novos nomes ainda podem ser alvejados, colocando numa completa incerteza as eleições de 2018.
Preso desde abril de 2015 e já condenado a mais de 14 anos de prisão, André Vargas ocupava posto de comando no diretório nacional do PT e era vice-presidente da Câmara dos Deputados na legislatura passada. O nome dele era cotado para presidir a Casa, mas, atropelado pelas denúncias da Lava Jato antes disso, deixou o PT e teve o mandato parlamentar cassado. Viu à distância Eduardo Cunha (PMDB-RJ) assumir a presidência da Câmara e ser o principal articulador do impeachment de Dilma Rousseff, que certamente não teria se desenrolado com ele no comando da Casa.
Por sua vez, o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, que ainda poderia alçar voos mais altos, hoje é réu no esquema do petrolão. Ex-deputado federal e ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Bernardo já estava distante da política desde 2015 e nada leva a crer que pretenda se arriscar nessa seara novamente. Já em relação à senadora Gleisi, cujo mandato se encerra no ano que vem, especula-se uma eventual candidatura a deputada federal em virtude das novas circunstâncias.
No ninho tucano, a principal figura do partido no estado está na lista encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República no mês passado. Apesar de ainda não se saber em que circunstâncias, Richa foi citado nas delações premiadas de executivos da Odebrecht. Com isso, de detentor da máquina do estado e aliado mais cobiçado para 2018, o governador pode ver minguar eventuais apoiadores à candidatura dele a senador. Como reflexo, fontes do Palácio Iguaçu comentam que ele já cogita concluir o mandato no Executivo, ficando, assim, sem mandato a partir de 2019.
Eleições ao governo
Enquanto a nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, permanece sob sigilo e não faz novas vítimas no Paraná, pré-candidatos ao governo no ano que vem parecem sair em vantagem. Nome mais cobiçado por ora, o ex-senador Osmar Dias (PDT) vem percorrendo o estado há algumas semanas para costurar alianças desde já.
Da mesma forma, a vice-governadora Cida Borghetti se mantém afastada das denúncias da Lava Jato, apesar de o PP ser o partido com mais envolvidos no esquema e de o marido dela e ministro da Saúde, Ricardo Barros, ser o tesoureiro-geral licenciado da legenda – não há qualquer denúncia contra nenhum dos dois. Com a ajuda de Barros, que tem anunciado diversos investimentos do ministério no estado, ela vem articulando alianças de olho na eleição do ano que vem.
Já o secretário do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr. (PSD) é outro que, alheio a denúncias, tenta emplacar uma candidatura ao Palácio Iguaçu. Até agora, porém, é o parece em mais dificuldades na busca por apoiadores, sobretudo desde novembro do ano passado, quando um decreto de Richa retirou da pasta a autonomia para firmar convênios com os municípios do estado.
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