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Nesta sexta-feira (23), Richa inaugurou obra de duplicação da BR-369, gerida justamente pela concessionária investigada na Lava jato. | Divulgação/AEN-PR/
Nesta sexta-feira (23), Richa inaugurou obra de duplicação da BR-369, gerida justamente pela concessionária investigada na Lava jato.| Foto: Divulgação/AEN-PR/

Às vésperas de ter de decidir se vai ou não ser candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB) teve o governo atingido por mais um escândalo de corrupção. A devassa da Operação Lava Jato em suspeitas de desvios em contratos de concessão de rodovias federais no Paraná teve um efeito simbólico, para além das consequências criminais: um mandado de busca e apreensão dentro do Palácio Iguaçu. Apesar de o tucano não ser investigado no caso, aliados próximos a ele reconhecem que a indecisão de disputar a eleição, que parecia uma certeza nesta semana, voltou a rondar a cabeça do governador.

Denominada de Integração, a 48ª fase da Operação Lava Jato suspeita que pelo menos R$ 63 milhões tenham sido desviados na concessão do grupo Triunfo, dono da Econorte, por meio de pagamentos a empresas de fachadas, por serviços e produtos não comprovados e superfaturamento em obras. Assessor para assuntos políticos da Casa Civil de Richa, Carlos Nasser foi alvo de um mandado de busca e apreensão no local de trabalho na sede do Executivo estadual, sob acusação de receber R$ 2,8 milhões no esquema.

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Já o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), Nelson Leal Jr., foi preso por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Uma das suspeitas que recai sobre ele envolve a aquisição de um apartamento em Balneário Camboriú (SC) por mais de R$ 2,5 milhões. Apesar de ter decidido exonerar ambos dos respetivos cargos, Richa traz os dois a tiracolo desde quando foi prefeito de Curitiba.

Deputados estaduais ouvidos pela Gazeta do Povo dizem que até a noite de quarta-feira (21), véspera da deflagração da Operação Integração, Richa estava decidido a ser candidato ao Senado. Para isso, teria de renunciar ao cargo até no máximo 7 de abril, como exige a legislação. De quebra, a saída dele do governo permitiria que o filho Marcello e o irmão Pepe fossem candidatos, respectivamente, à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.

“Mas aí aconteceu isso tudo. Foi avassalador. Eu, sinceramente, acredito que agora ele fica no governo até o fim. É uma opinião pessoal, mas a dúvida na cabeça dele voltou a ficar enorme. Eu não queria estar na pele do Beto”, resume um parlamentar aliado.

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Há quem acredite, por outro lado, que, apesar de arranhada, a imagem de Richa não se contaminará por esse episódio pelo fato de ele não ser alvo de investigação. Ao contrário, por exemplo, de três inquéritos que responde no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também da Quadro Negro. Por isso, a análise é que o prejuízo maior recairá sobre Pepe Richa, que, como secretário de Estado de Infraestrutura, era o superior imediato de Leal Jr.

À direita, o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, ao centro o governador Beto Richa e à esquerda o diretor geral do DER-PR, Nelson Leal Júnior, ambos na comemoração dos 70 anos do órgão, em dezembro de 2016 Orlando Kissner/ANPr
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