O porteiro do restaurante de onde o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho saiu minutos antes de se envolver eu um acidente que deixou dois mortos em 2009, em Curitiba, afirmou ter visto o ex-deputado estadual embriagado. A declaração consta em um vídeo divulgado pelo programa Fantástico neste domingo (8), que mostra parte do depoimento prestado pelo porteiro à Justiça.
“Ele ‘tava’ saindo do restaurante completamente bêbado”, diz o trabalhador. Segundo o depoimento do porteiro, em um primeiro momento, Carli Filho deixou o restaurante no carro de um casal de amigos. Mas, antes de se afastar do estabelecimento, ele teria voltado atrás e saltado do veículo.
“O casal estava saindo com ele, só que ele saltou do carro. Ele pulou do carro e eu segurei ele para não ser atingido, se machucar muito mais ainda”.
Júri de Carli Filho é marcado para janeiro de 2016
Leia a matéria completaQuestionado por um dos interrogadores sobre o modo como o ex-deputado deixou o restaurante em seu carro, o porteiro disse ainda que a “partida” de Carli Filho foi “muito veloz”.
Em vídeo, Carli Filho confessa ter ingerido álcool
Na mesma reportagem, outro vídeo mostra o momento em que Carli Filho diz aos interrogadores ter ingerido bebida alcóolica na noite do acidente.
“Eu lembro de ter feito uma visita ao meu pai no hospital. Após, fui a um restaurante, tomei uma taça de vinho e, na saída encontrei um casal de amigos. Passei à mesa deles, nos sentamos e continuamos a comer mais e também pedimos uma taça de vinho”, declarou o acusado. “A lembrança posterior que eu tenho foi de acordar de um coma no hospital Evangélico aqui em Curitiba”.
O advogado de defesa de Carli Filho, Gustavo Scandelari, disse que seu cliente deve ser responsabilizado de acordo com a lei, defendendo a tese de que ele não teve a intenção de causar a morte dos dois jovens. Segundo o defensor, o ex-deputado deveria ser julgado por homicídio culposo e não com dolo eventual.
O caso
O ex-deputado estadual é acusado de ter matado dois jovens –Gilmar de Souza Yared e de Carlos Murilo de Almeida – em um acidente de trânsito em 2009, em Curitiba. Ele responde pelo crime de homicídio doloso eventual. Na época, um exame no hospital onde foi atendido mostrou que Carli Filho tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue do ex-deputado. Como o exame foi feito enquanto ele estava desacordado, foi desconsiderado pela Justiça.
Em fevereiro do ano passado, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) encontrou mais uma vez indícios de que Carli Filho assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e depois de ingerir bebida alcoólica. Os efeitos da embriaguez poderão ser comprovados por outros meios que não o exame de alcoolemia feito no hospital.
Na época, a defesa havia conseguido, com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o caso fosse novamente julgado no TJ-PR. Confirmado novamente a ida do ex-parlamentar a júri, era preciso então que o processo voltasse ao primeiro grau para que o juiz prosseguisse o rito processual. Recentemente, o magistrado pediu que as partes indicassem suas testemunhas.
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