Quase dois anos e meio após o início da duplicação da BR-163, entre Cascavel e Marmelândia, deputados federais da bancada do Paraná propalam preocupação com a continuidade da obra, cobrada há quase uma década por lideranças da região. Dentro do orçamento de 2018 da União, não haveria dinheiro suficiente para o andamento da duplicação, alertam eles: dos R$ 47,7 milhões programados para a obra em todo o exercício de 2018, R$ 39 milhões já estão reservados para pagamento de serviços executados até agora.
Procurada pela Gazeta do Povo, a representação no Paraná do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão do governo federal responsável pela obra, confirmou os valores. Ou seja, do total de dinheiro que pode ser liberado pela União em 2018 para a obra, mais de 80% já está comprometido, na prática, com pagamentos referentes a serviços prestados anteriormente pela empresa responsável pela execução da obra.
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O Dnit informou que a obra – em uma extensão de 74 quilômetros - começou em 15 de outubro de 2015. A licitação foi vencida pelo “Consórcio Sanches Tripoloni – Maia Melo”, que estabeleceu um valor total de R$ 579 milhões para a realização da duplicação. A previsão de término da obra, estabelecida no contrato, é o ano de 2019. Até agora, contudo, menos da metade dela foi executada: 46,1%. “Mediante disponibilidade orçamentária, a expectativa é de que a obra seja concluída em 2019”, limitou-se o Dnit.
Reclamações
“É lamentável a falta de compromisso do governo federal com uma das rodovias mais importantes para o Paraná e para o Brasil. A nossa luta pela melhoria das condições de trafegabilidade da BR-163 não é de hoje. Em 2010 conseguimos a sua federalização e desde então vínhamos chamando a atenção para este trecho, que, além de ser estratégico para o escoamento da produção agrícola e para a integração das regiões Sul e Norte do país, está localizado em área considerada de relevância para a segurança nacional, em razão da proximidade com a fronteira da Argentina e do Paraguai”, disse o deputado federal Assis do Couto (PDT-PR).
“A rodovia é fundamental para a ligação do sul do país com o Mato Grosso do Sul e por extensão com todo o oeste brasileiro. Por ser tratar de uma rodovia fundamental para os produtores, uma solução precisa ser encontrada”, afirmou o deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), que em 2017 presidiu na Câmara dos Deputados a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR).
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À Gazeta do Povo, o Dnit assegura que a obra não está parada. “Neste segmento os trabalhos da duplicação da rodovia BR-163 estão concentrados na construção de dolfins, que são estruturas de proteção dos pilares da nova ponte sobre o Rio Iguaçu. Estes serviços estão sendo realizados agora com prioridade, pois há previsão de subida do nível do rio em 8 metros nos próximos meses, com o funcionamento da nova barragem do Baixo Iguaçu”, explicou o Dnit.
O órgão federal também alega que estão sendo realizados “trabalhos iniciais” para a construção de um viaduto em Lindoeste, junto à entrada da cidade (sentido Marmelândia); e uma passagem inferior (trincheira) em Capitão Leônidas Marques, no entroncamento da BR-163 com a cidade.
Outra obra
O trecho entre Cascavel e Marmelândia não é o único na BR-163 com obras em andamento. Outro trecho da BR-163 (quase 39 quilômetros de extensão), entre Toledo e Marechal Cândido Rondon, passa por obras de duplicação, desde 29 de setembro de 2014, e também com previsão de término para 2019. A licitação foi vencida pelo “Consórcio Técnica Viária – Castilho – Urbaniza”, por R$ 306,5 milhões.
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