| Foto: GUSTAVO GALEANO/AFP

As forças de segurança do Brasil e do Paraguai mantêm, nesta terça-feira (25), a caçada à quadrilha que assaltou uma empresa de transporte de valores em Ciudad Del Este, no país vizinho. Mais de 300 policiais militares, 100 policiais civis e dois helicópteros se concentram na região Oeste do Paraná, entre Foz do Iguaçu e Cascavel, principalmente ao longo do eixo da BR-277. Em entrevista coletiva, as autoridades confirmaram a relação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com o crime.

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Logo depois do “megaassalto” – em que os criminosos levaram um estimado de US$ 40 milhões em dinheiro – parte da quadrilha fugiu para o Brasil, atravessando o Lago de Itaipu. Ao longo da segunda-feira (24), houve uma série de confrontos entre policiais e suspeitos. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) do Paraná, três homens morreram nos confrontos e pelo menos dez foram presos.

A polícia também recolheu um arsenal: cinco fuzis, uma metralhadora, sete quilogramas de explosivos e coletes balísticos. Além disso, foram apreendidos dois barcos que teriam sido usados na travessia ao Brasil e sete veículos – entre os quais uma viatura do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), que foi roubada pelos assaltantes após um tiroteio.

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O secretário da Segurança do estado, Wagner Mesquita, informou que 300 policiais militares de diversas unidades permanecem na região, principalmente em possíveis rotas de fuga, que foram mapeadas a partir da BR-277. Cerca de 100 agentes de unidades de elite da Polícia Civil – como o Grupo Tigre, o Cope e o Denarc – também acompanham a operação, mas serão destacados em casos específicos.

“Esse contingente permanece na região sem prazo determinado, mas conforme a necessidade”, disse Mesquita, indicando que a operação deve se estender pelos próximos dias.

Os trabalhos estão sendo coordenados a partir de um “gabinete de crise”, instalado na sede da Polícia Federal (PF), em Foz do Iguaçu. A operação coordenada integra, além da PF, a Polícia Militar (PM) e Polícia Civil do Paraná, e a Polícia Nacional do Paraguai.

Envolvimento do PCC é confirmado

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, as autoridades também confirmaram que o PCC foi o autor do megaassalto. O primeiro a atribuir a autoria do crime à facção paulista foi o ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lezcano. Em seguida, os brasileiros também falaram do grupo criminoso, destacando a atuação “transnacional” da quadrilha.

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“O PCC te nascimento em São Paulo e é uma organização que não é feita por amadores. Alguns roubos semelhantes foram coordenados pelo PCC e temos uma atuação reconhecida do PCC no Paraguai”, disse o delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon.

Mansão teria sido base da quadrilha

Além da apreensão das armas e dos veículos, as forças de segurança localizaram uma mansão em Ciudad Del Este que teria sido usada pela quadrilha como uma espécie de quartel-general. A PF já enviou peritos ao imóvel, a fim de coletar provas que possam ser usadas nas investigações – entre elas, material genético dos criminosos e digitais.

“Material genético dos presos já foi coletado para confrontar com o coletado nessa residência, usada como base [pela quadrilha]”, disse Bordignon. A Sesp também enviou peritos do Instituto de Criminalística (IC) para fazer uma varredura nos veículos e armas apreendidos.