A estratégia de antecipar as eleições presidencial seria a forma mais eficiente de barrar a votação das reformas trabalhista e previdenciária, de acordo com organizadores do Movimento Diretas Já, que lançou um ato suprapartidário na manhã de sábado (8), no salão de um hotel em Curitiba, para mais de 150 pessoas. O movimento contou com a presença de representantes do PT, PMDB, PSol, PDT e PSB, além de líderes de sindicatos e entidades ligadas a estudantes e à reforma agrária.
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Para além das questões que envolvem corrupção e governabilidade, os organizadores reforçaram que quem é contra as reformas deve recorrer ao discurso, com apelo popular, de que antecipar as eleições. Como tanto Michel Temer quanto Rodrigo Maia – presidente da Câmara Federal, que viria a assumir o governo caso Temer saia do cargo –, contariam com a maioria dos parlamentares para aprovar as mudanças, a única alternativa para evitar as mudanças na legislação seria conseguir avançar o projeto de Diretas Já.
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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) chegou a dizer que, se houvesse vontade política, seria aprovar a mudança na legislação, permitindo as Diretas, em menos de um mês. Para ela, a costura política para colocar Maia na presidência da República é inaceitável. Disse que não aceita nem conversar sobre o assunto e afirmou que Maia “ainda é pior que o Temer”, porque estaria ainda mais comprometido com a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária.
Para Gleisi, uma campanha eleitoral agora motivaria a discussão das propostas que estão sendo debatidas no Congresso, mas que não teriam apoio popular. “Quero ver dizer na campanha que é a favor das mudanças na aposentadoria e da reforma trabalhista”, provocou. Ela ainda disse que defende que a melhor proposta para o Brasil seja escolhida nas urnas. Para ela, o atual governo ou mesmo a proposta de um mandato de transição não teria legitimidade para conseguir governar o país.
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Mobilização
Conseguir mobilizar a população para apoiar “Diretas Já” é o desafio que os organizadores do movimento admitem ter para levar adiante a proposta de antecipar as eleições presidenciais. Essa “confissão” foi uma das marcas do lançamento do ato. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que seria necessário realizar, cada vez mais, reuniões como a da manhã deste sábado, explicando sobre as causas e consequências do que está em discussão em Brasília e, arregimentando cada vez mais pessoas em prol das Diretas Já. Gleisi destacou que o movimento precisa ganhar as ruas e citou a Paraíba, que está organizando um comício para os próximos dias. O lançamento também teve discursos que sugeriram ir “às vias de fato” para tentar barrar a votação da reforma trabalhista.