Marli Marchiori: remédio só depois de duas negativas e horas de espera| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Curitiba tem a maioria dos casos

Apesar de ter apenas 17,3% da população do Paraná, Curitiba já registra 63,7% dos casos confirmados da gripe A (H1N1) no estado, bem como a maioria das mortes por causa da doença. A capital registra 383 casos e 14 mortes, enquanto o estado possui 601 casos e 25 mortes confirmadas pelo governo do estado. Se incluída a região metropolitana, são 435 casos, com 19 mortes. Outros dois óbitos foram registrados na regional de saúde de Ponta Grossa, dois na de Jacarezinho, um na de Foz do Iguaçu e um na de Londrina.

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PR suspende cirurgias agendadas; prioridade total para a gripe A

Todas as cirurgias eletivas que precisam de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foram adiadas por 30 dias no Paraná. A suspensão dos procedimentos foi determinada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta quarta-feira (5). O objetivo é garantir um reserva de leitos para pacientes com a gripe A (H1N1).

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Ministério da Saúde atualiza protocolo

O protocolo que dita quais as regras no Brasil para a administração do Tamiflu foi atualizado ontem pelo Ministério da Saúde. Pelo protocolo antigo, apenas pacientes do grupo de risco e em estado grave recebiam a medicação. Agora, em casos especiais, o médico e a autoridade de saúde local podem decidir administrar o medicamento para pacientes que não seriam contemplados antes.

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Ônibus faz atendimento

Foz do Iguaçu - Os moradores de Foz do Iguaçu com sintomas da gripe A terão um novo aliado no combate à doença. A partir desta semana, um ônibus-consultório percorrerá os bairros da cidade para levar a assistência médica especializada até os pacientes, antecipando o tratamento adequado. A unidade móvel está sendo adaptada e recebendo os equipamentos necessários para o atendimento aos pacientes. Além das visitas domiciliares, o ônibus será usado em eventos com grande aglomeração de pessoas e no atendimento de surtos.

Fabiula Wurmeister, da sucursal

Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

Desespero. Foi o que o engenheiro Cléber Rodrigo Affânio sentiu ao passar 17 horas tentando conseguir o Tamiflu – remédio indicado contra a gripe A (H1N1) – para o filho João Francisco, de 1 ano e 2 meses. Na madrugada de terça-feira ele foi a um hospital para me­­dicar o filho, com quase 40 graus de febre. Recebeu a indicação do pediatra para dar o antiviral a João o quanto antes. A recomendação é sempre para que o remédio seja dado nas primeiras 48 horas após o aparecimento dos sintomas, quando o efeito é maior.

Depois de sair do hospital às duas da manhã, Affânio foi ao Centro Municipal de Urgências Médicas (Cemum) do Campo Comprido e recebeu a informação de que o medicamento não estava disponível. Deixou seu nome em uma lista para ser avisado sobre a disponibilidade. Affânio decidiu buscar em outros postos de saúde. Ligou para todos e todas as respostas foram negativas. Parou às 5 horas para dormir. Às 8 horas, recomeçou. Foi quando se desesperou. Não achava a medicação.

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Amigos, familiares, colegas e desconhecidos do trabalho se empenharam na busca pelo Tamiflu. Até parentes de Santa Catarina foram acionados. Mas só às 19 horas de ontem, Affânio conseguiu o antiviral. Antes, ainda teve de voltar ao hospital particular para pegar uma notificação (veja mais sobre o protocolo para fornecimento do remédio abaixo). Era isso ou aguardar horas na fila para uma nova consulta. "É uma sensação de impotência absurda. Parece que se passaram 10 dias. Foram horas de agonia. Nunca vi tanta falta de informação, ninguém sabe o que fazer, não te explicam se vai chegar. Imagine quem não tem informação?".

A dona de casa Marli do Carmo Cardoso Marchiori, 35 anos, passou por situação semelhante ao chegar no Centro Municipal de Urgências Médicas (Cemum) do Boa Vista e descobrir que o Tamiflu ainda não estava disponível. Ela passou o dia de ontem rodando pela cidade em busca do antiviral. Seu filho, Thiago, de apenas 2 anos estava com 38,5 graus de febre desde a madrugada anterior.

Ela foi a um hospital particular e recebeu a receita e a notificação para pegar o remédio, mas em dois postos de saúde, Pinheirinho e Campo Comprido, foi informada de que o Tamiflu ainda não havia chegado. Retornou ao hospital e a médica disse que o Cemum Boa Vista tinha a medicação. Ao chegar lá, porém, teve nova resposta negativa. Marli deveria voltar para casa e esperar uma ligação dos funcionários informando a chegada do antiviral. Só às 17 horas ela, que de­­cidiu aguardar no local, recebeu o medicamento para o filho.

Prefeitura

O secretário da Saúde de Curitiba, Luciano Ducci, explicou que o Tamiflu pediátrico está em falta. A prefeitura afirma já ter feito uma solicitação para mil frascos do medicamento infantil e 5 mil do adulto ao Ministério da Saúde, mas ainda não obteve resposta.

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Para não deixar a população sem atendimento, a secretaria re­­solveu manipular o antiviral. Cada paciente que precisa da medicação vai até uma unidade de saúde e deixa seus contatos. Assim que a fórmula estiver pronta, técnicos ligam para os pais irem até as unidades de saúde. "Ninguém ficará sem atendimento. Procu­ramos manipular o Tamiflu nas primeiras 12 horas do pedido para garantir a eficácia do remédio."

A situação deve se normalizar assim que o Ministério da Saúde entregar as doses pedidas. Ducci afirma que produzir o Tamiflu aqui foi a saída encontrada pela prefeitura para que todas as crianças fossem atendidas. Ele ressalta que a distribuição do antiviral adulto está garantida e qualquer paciente com a receita e a notificação pode obtê-lo na hora em qualquer Cemum. A produção não pode ser aumentada porque a fórmula manipulada tem validade de apenas cinco dias. "Por isso produzimos de acordo com a demanda, mas não faltará medicamento."

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Interatividade

As autoridades estão conduzindo bem o enfrentamento à pandemia?

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