Os pesquisadores sabem pouco sobre o câncer de ovário, que muitas vezes nem sequer surge nos ovários - é o que aponta um painel de cientistas norte-americanos nesta quarta-feira (2).
A Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos fez um pedido para que a comunidade científica trabalhe para preencher o que chamou de “surpreendentes lacunas no conhecimento fundamental sobre o câncer de ovário e sua compreensão”.
“O comitê conclui que uma proporção substancial dos carcinomas classificados como ‘de ovário’ na verdade de desenvolvem fora do ovário ou surgem de células que não são consideradas intrínsecas do ovário”, apontaram os especialistas num relatório de 377 páginas, encomendado pelo Congresso dos Estados Unidos.
Muitos destes tumores “surgem em outros tecidos fora do ovário, como nas trompas uterinas, e depois produzem metástases no ovário”.
Cerca de 14 mil mulheres morrem anualmente de câncer de ovário nos Estados Unidos, onde este tipo de câncer é o quinto mais frequente no país e é diagnosticado em 21 mil mulheres todos os anos.
Alguns dos primeiros sintomas da doença são inchaço, dor ao urinar ou desconforto abdominal, mas frequentemente nenhum sintoma é percebido nos estados iniciais.
Cerca de duas em cada três mulheres que são diagnosticadas com este câncer descobrem a doença ja em estágio avançado e com expansão para outros tecidos.
Entre as mulheres que recebem estes diagnósticos tardios, menos de 30% sobrevivem mais de cinco anos após recebê-lo.
Apesar da falta de conhecimento sobre este câncer, existem oportunidades para investigar “que, caso fossem aproveitadas, poderiam incidir da melhor maneira na redução da quantidade de mulheres que são diagnosticadas ou que morrem de câncer de ovário”, disse o informe.
Entre os passos que serão dados, o painel destaca que é preciso priorizar a pesquisa sobre o subtipo mais comum e letal de câncer de ovário: o carcinoma seroso de grau elevado.
Também é necessário compreender uma série de outros subtipos deste câncer, disseram os especialistas.
Sabe-se que mulheres com mutações em certos genes específicos correm um risco elevado de desenvolver câncer de ovário, mas o relatório constata que “apesar desta importante descoberta (...) não foram adotadas medidas de maneira geral para fazer testes genéticos ou aconselhar famílias sobre este risco”, apontou o texto, propondo que o acesso a mapeamentos genéticos seja ampliado.
No campo do tratamento de câncer de ovário também existem grandes dificuldades. A maioria das mulheres com esse tipo de câncer inicialmente recebem quimioterapia composta por platina.
Muitas delas respondem bem a este tratamento numa fase inicial, mas depois “praticamente todos os cânceres de ovário recorrentes terminam desenvolvendo uma resistência aos tratamentos farmacológicos atuais”, concluiu o relatório.
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