Os cuidados para evitar a disseminação do vírus H1N1 devem ser redobrados com o retorno às aulas. Esse é o alerta de autoridades, educadores e médicos. Hábitos de higiene, aglomerações e compartilhamento de objetos devem ser os principais alvos de atenção no ambiente escolar.
A maioria das instituições não retornou às atividades desde as férias de julho. O temor de um aumento maior de casos da nova gripe fez com que o retorno às atividades nas escolas paranaenses fosse adiado em duas semanas. A medida atingiu 3,8 milhões de alunos.
O adiamento das aulas teve apoio da maioria dos curitibanos. Segundo o levantamento da Paraná Pesquisas, 64,13% dos en-trevistados aprovaram o fechamento das escolas para conter o aumento dos casos da nova gripe, enquanto 35,87% se manifestaram contra a suspensão das aulas.
O secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci, ressalta que alunos com sintomas de gripe não devem ser enviados à escola. "Os pais devem procurar atendimento médico, mesmo se estão em dúvida se é gripe", diz. Após a manifestação dos sintomas, crianças de até 12 anos devem ficar em isolamento domiciliar por 14 dias. Para adolescentes com mais de 12 anos, o período de afastamento é sete dias.
Na opinião de Ducci, a suspensão de aulas foi necessária para a preparação das escolas no enfrentamento do período de pico da doença. "Deu tempo para capacitarmos professores e para as escolas adquirirem insumos de higiene", diz. Já para o infectologista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, Victor Horácio de Souza, o adiamento foi importante para observação do comportamento da pandemia. "Durante esses dias conseguimos a liberação para que os médicos prescrevessem o Tamiflu não só para os pacientes que se enquadravam no grupo de risco."
A secretária de Educação de Curitiba, Eleonora Fruet, ressalta que os professores e funcionários da rede municipal de ensino, que atende 140 mil alunos, estão preparados para a adoção de medidas de prevenção e controle da doença. Cada escola receberá um kit com material de higiene e limpeza.
Na rede estadual, onde estão matriculados 1,4 milhão de alunos, além da liberação de verba extra para compra de materiais de higiene, uma equipe de "cuidadores da gripe" atuará no controle e monitoramento de possíveis casos dentro do ambiente escolar. "Eles foram capacitados para identificar sintomas de gripe em alunos dentro da escola e fazer o encaminhamento para atendimento", diz a secretária estadual de Educação, Yvelise Arco-Verde.
Na rede particular de ensino, com 540 mil alunos, as medidas de prevenção devem atender as recomendações da Secretaria Estadual da Saúde. No Colégio Sion, em Curitiba, os 1,2 mil alunos terão mais aulas ao ar livre. "As salas de aulas são arejadas, mas se o tempo colaborar vamos incentivar as atividades externas", diz a coordenadora Maria Cristina Montingelli.