Tira-dúvidas
Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :
- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A
Cuidados na volta às aulas
Os cuidados para evitar a disseminação do vírus H1N1 devem ser redobrados com o retorno às aulas. Esse é o alerta de autoridades, educadores e médicos. Hábitos de higiene, aglomerações e compartilhamento de objetos devem ser os principais alvos de atenção no ambiente escolar.
Temor é reforçado por casos concretos
O técnico em informática Clayton Luiz Ribeiro, 27 anos, começou a ter os primeiros sintomas de gripe na noite do dia 5 de agosto. No dia seguinte foi até o Centro Municipal de Urgências Médicas (Cemum) do Pinheirinho. Depois de esperar quase três horas, ele afirma que foi dispensado com diagnóstico de enxaqueca. Passados dois dias, como a dor de cabeça e a febre não cessaram, resolveu procurar um hospital particular, onde foi diagnosticado com a gripe A e recebeu a indicação de tomar o antiviral Tamiflu. Por causa da angústia que passou, Ribeiro faz parte do grupo de curitibanos descrentes com a agilidade em se receber o medicamento.
Os curitibanos adotam cada vez mais novos hábitos para se proteger da gripe A, preferem ficar em casa do que ir a locais públicos e estão conscientes dos riscos de contaminação. O maior temor, porém, está em contrair a doença e não ter acesso ao medicamento Tamiflu, conforme levantamento da Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo. De 605 entrevistados, 67,9% disseram ter essa preocupação devido a possível burocracia ou negligência do serviço público em liberar o medicamento.
Também 65,9% dos entrevistados acham que o remédio deveria ser vendido nas farmácias para quem tem condição de pagar e 45,4% que todos os pacientes que apresentam sintomas deveriam tomar o Tamiflu para evitar agravamento de casos e mortes.
Segundo o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, os números mostram que ficar doente e não ter o Tamiflu causa mais medo na população do que a doença em si. "Até porque aumentou o número de pessoas que conhecem alguém que pegou a nova gripe. Hoje já não é coisa tão distante", afirma. No final de julho, 4,6% dos entrevistados diziam conhecer alguém que foi contaminado pela gripe A. Na última pesquisa, feita entre os dias 12 e 13 de agosto, o índice subiu para 25%.
Médicos apontam, porém, que não há necessidade de a população ter receio de ficar sem acesso ao remédio. O infectologista do Hospital Evangélico Felipe Francisco Tuon diz que todos os seus pacientes que tiveram a indicação do Tamiflu receberam o medicamento em menos de duas horas.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, todos os pacientes que tiveram indicação para o uso do remédio foram atendidos. Até o dia 11 de agosto foram feitos 83.110 tratamentos 53.210 para adultos e 29.900 para crianças. Estimativas da Sesa mostram que 98% dos pacientes contaminados têm uma evolução benigna, recuperando-se bem em casa.
Em Curitiba, o paciente que receber a indicação médica para o Tamiflu deve ir a um dos oito Centros Municipais de Urgências Médicas receber o medicamento gratuitamente, segundo o secretário municipal da saúde, Luciano Ducci. O secretário explica que a capital está com distribuição de medicamentos estabilizada porque os casos têm diminuído.
Mudanças
Apesar de criticar o alarmismo com relação ao Tamiflu, Ducci elogiou a mudança de hábitos da população. Segundo ele, a Secre-taria Municipal da Saúde sempre fez campanha para no inverno as pessoas manterem o ambiente ventilado e nunca teve sucesso. No levantamento da Paraná Pesqui-sas, 57,8% dos entrevistados disseram ter mudado algo na rotina por causa da gripe.
Para os especialistas, o poder público acertou na prevenção e conseguiu fazer com que a população modificasse seus hábitos, entre eles evitar locais com grandes aglomerações. Para o infectologista Alceu Pacheco, no entanto, a próxima semana será definitiva para saber qual o impacto do H1N1. "É quando as aulas voltarão e saberemos como ficará a curva de transmissão. Por isso, manter a precaução é importante."
Lula enfrentará travessia turbulenta em 2025 antes de efetivar busca por reeleição
Após cerco em 2024, Bolsonaro deve enfrentar etapas mais duras dos processos no STF em 2025
Enquanto Milei dá exemplo de recuperação na Argentina, Lula mergulha Brasil em crises
2025 será um ano mais difícil para a economia brasileira
Deixe sua opinião