A saga em busca do Tamiflu
Desespero. Foi o que o engenheiro Cléber Rodrigo Affânio sentiu ao passar 17 horas tentando conseguir o Tamiflu remédio indicado contra a gripe A (H1N1) para o filho João Francisco, de 1 ano e 2 meses. Na madrugada de terça-feira ele foi a um hospital para medicar o filho, com quase 40 graus de febre. Recebeu a indicação do pediatra para dar o antiviral a João o quanto antes. A recomendação é sempre para que o remédio seja dado nas primeiras 48 horas após o aparecimento dos sintomas, quando o efeito é maior.
Tira-dúvidas
Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :
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Apesar de ter apenas 17,3% da população do Paraná, Curitiba já registra 63,7% dos casos confirmados da gripe A (H1N1) no estado, bem como a maioria das mortes por causa da doença. A capital registra 383 casos e 14 mortes, enquanto o estado possui 601 casos e 25 mortes confirmadas pelo governo do estado. Se incluída a região metropolitana, são 435 casos, com 19 mortes. Outros dois óbitos foram registrados na regional de saúde de Ponta Grossa, dois na de Jacarezinho, um na de Foz do Iguaçu e um na de Londrina.
Os números da capital devem subir, já que 939 exames aguardam resultado laboratorial. O secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci, aponta que é uma característica das pandemias se proliferar com mais intensidade nos locais de grande aglomeração. Além disso, ele diz que o fato de Curitiba registrar temperaturas baixas faz aumentar os casos.
Diariamente, a rede pública de Curitiba atende cerca de 1,5 mil pacientes com suspeita da gripe A. Ducci garante que todas as pessoas estão sendo atendidas e que, apesar da concentração dos casos, não houve superlotação no sistema. "Poucas cidades têm uma rede preparada como a nossa", afirma. Hoje devem ser disponibilizados mais 22 leitos de internação e observação no Centro Municipal de Urgências Médicas do Boa Vista.
Vinte e duas regionais de saúde do Paraná registram casos da nova gripe. A identidade dos pacientes não é revelada. O boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) especifica apenas que, entres as 25 mortes, estavam 18 adultos jovens, com idade entre 20 e 40 anos; quatro adultos com idade entre 41 e 65 anos; e três crianças e adolescentes, com idade até 19 anos.
Perfil
Das 96 mortes registradas no Brasil até o dia 1.º de agosto, por síndrome respiratória aguda grave provocada pela gripe suína, 39,5% eram gestantes. A gravidez surge como o principal fator de risco para o desenvolvimento de síndrome respiratória aguda grave em infectados pela gripe suína, seguida por doenças respiratórias, hipertensão arterial e cardiopatias.
Do dia 1.º de agosto até a última terça-feira, porém, as secretarias de saúde de alguns estados já haviam confirmado novas mortes. O total já chegava a 129 no país. São Paulo registrava 50 óbitos em decorrência da doença, contra 29 no Rio Grande do Sul, 25 no Paraná e 19 no Rio. Proporcionalmente, o Rio Grande do Sul tem a maior taxa de mortalidade, calculada por 100 mil habitantes, com 0,27. Em seguida estão o Paraná, índice de 0,23, e São Paulo, com 0,12.
Casos
Segundo o último boletim do ministério, em um total de 2.959 casos confirmados de gripe A, 844 pacientes desenvolveram síndrome respiratória aguda grave por conta do vírus H1N1, o que representa 28,5% do total. Dos 844 que tiveram quadro grave, 96 morreram (11,4% do total). As mulheres representam 55,6% dos que tiveram a síndrome por causa da gripe A.
O boletim indica que cerca de 30% das pessoas que apresentam a síndrome têm pelo menos um fator de risco associado ao agravamento do quadro. Na gripe sazonal comum, que ataca mais crianças de até 2 anos e pessoas com mais de 60 anos, este porcentual cai para 25%.