Segundo órgão de saúde dos EUA, 25 países e territórios têm casos de transmissão do vírus. O Brasil é o mais afetado, com 3.4 mil casos suspeitos de microcefalia e 270 já confirmados, supostamente relacionados ao zika vírus.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Para especialistas em infectologia, neurologia e saúde pública, a rapidez com que o zika vírus se disseminou pelas Américas e a explosão do número de casos de microcefalia no Brasil justificam a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) em decretar emergência internacional. Para ter algum impacto real sobre o problema, no entanto, a medida deverá vir acompanhada de ações práticas, como investimento em pesquisas.

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OMS declara microcefalia e outras desordens ligadas à zika emergência mundial

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Para Marcelo Masruha, presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o fato de o vírus estar disseminado em outros países e bater à porta das nações ricas foi o grande responsável por fazer a comunidade internacional agir mais rápido. “O fato de a doença ter se internacionalizado fez os países ricos ficarem com medo também e cobrarem dos cientistas rapidez nas pesquisas para o desenvolvimento de vacinas, por exemplo. Isso pode ser uma coisa boa, porque se o mundo não estivesse em alerta, se a comunidade internacional julgasse isso um problema apenas do Brasil, essas pesquisas infelizmente iam demorar muito mais”, diz ele.

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De acordo com Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, se a decisão da OMS não significar avanços nas pesquisas, ela não terá servido para nada. “Apenas decretar emergência não significa muita coisa, se não tiver ações concretas. Seria apenas uma resposta da OMS frente ao receio de ser acusada de negligente no futuro”, afirma. “Não adianta fingir que está fazendo alguma coisa se realmente não está. Agora é a hora de procurar uma vacina contra o zika e testar estratégias novas de combate ao Aedes, como o mosquito transgênico”, completa o especialista.