Gêmeos compartilham os mesmos genes, e quando um desenvolve câncer, o outro corre maiores riscos de também adoecer - é o que diz um estudo publicado nesta terça-feira que analisou 200.000 pessoas.

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Mas só porque um gêmeo fica doente não significa necessariamente que o outro terá o mesmo câncer, ou qualquer outro tipo de câncer, de acordo com o relatório publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).

Na verdade, a quantidade de aumento do risco de câncer foi de apenas 14% maior em pares idênticos em que um dos gêmeos foi diagnosticado com câncer.

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Gêmeos idênticos se desenvolvem a partir do mesmo óvulo e compartilham exatamente o mesmo material genético.

Entre gêmeos fraternos (ou bivitelinos), que se desenvolvem a partir de dois óvulos diferentes e são tão geneticamente similares como irmãos biológicos normais, o risco de câncer em um gêmeo cujo outro irmão gêmeo teve câncer foi 5% maior.

Os gêmeos analisados no estudo vinham de Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega - países que mantêm bancos de dados de saúde altamente detalhados - e foram acompanhados entre 1943 e 2010.

Quando os pesquisadores observaram o grupo como um todo, encontraram que cerca de um em cada três indivíduos desenvolveu câncer (32%).

Portanto, o risco de câncer em um gêmeo idêntico cujo par foi diagnosticado foi calculado como sendo de 46%.

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Em gêmeos fraternos, o risco de desenvolver câncer ascendeu em 37% caso o outro irmão tenha sido diagnosticado.

O mesmo câncer foi diagnosticado em 38% dos gêmeos idênticos e 26% dos pares bivitelinos.

Os cânceres que eram mais propensos a ser compartilhados entre gêmeos eram melanoma de pele (58 por cento), próstata (57 por cento), de pele não melanoma (43 por cento), ovário (39 por cento), de rim (38 por cento), mama (31 por cento) e câncer de útero (27 por cento).

“Por causa do tamanho do estudo e do longo follow-up, agora podemos ver efeitos genéticos fundamentais para muitos cânceres”, disse Jacob Hjelmborg, da Universidade do Sul da Dinamarca e principal co-autor do estudo.

Os pesquisadores disseram que as descobertas podem ajudar os pacientes e os médicos a entenderem mais sobre os riscos hereditários de câncer, uma doença que mata oito milhões de pessoas ao redor do mundo a cada ano.

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