O secretário Gilberto Martin, do Paraná, e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão: protocolo sobre uso do Tamiflu continua o mesmo, dizem autoridades| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Vírus afetará 2 bilhões, diz OMS

Os infectados pela gripe A já chegam a 162.380 em todo o mundo, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado ontem. Desse to­­tal, 1.154 pessoas morreram desde o aparecimento da doença, no Mé­­xico e nos Estados Unidos, em abril, e posterior desenvolvimento em uma pandemia global. A maioria das mortes ocorreu nas Américas.

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Protocolo pode ter exceção, diz ministro

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que o protocolo para administração do medicamento Tamiflu, usado no combate da nova gripe, não sofreu alterações, ao contrário do que chegou a ser divulgado por alguns jornais. De acordo com ele, nenhum estado quebrou o protocolo e nem houve a flexibilização dos procedimentos.

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Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

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Veja os locais e datas em que as mortes causadas pela gripe A aconteceram no Paraná
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O Paraná registra 25 mortes provocadas pela gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína. A maioria dos óbitos é da regional de saúde de Curitiba, que compreende a capital e municípios da região metropolitana. Foram 19 mortes na regional de Curi­tiba, duas na de Ponta Grossa, duas na de Jacarezinho, uma na de Foz do Iguaçu e uma na de Londrina. O estado tem 601 casos confirmados da doença. As informações foram divulgadas ontem pela Secretaria de Estado da Saúde. No país, são 129 mortes até o momento.

As mortes aconteceram de 14 de julho até ontem. Não foram divulgadas as identidades das vítimas nem se elas tinham alguma complicação; apenas que a maioria tinha entre 25 e 35 anos. Até o penúltimo boletim da secretaria, de 29 de julho, o estado registrava quatro mortes e 180 casos. Apesar do salto nos números, o secretário da Saúde, Gilberto Martin, negou que tenha havido agravamento da doença no estado. Ele afirmou que o aumento ocorreu porque foram analisados mais exames nesse período.

Martin estima que a pandemia irá durar até o próximo ano, mas disse que não há motivo para histeria. "Não sabemos o desdobramento do vírus. Pode ter evolução para ficar mais benigno ou mais agressivo", afirma. Ele diz que, atualmente, o vírus está se comportando conforme o esperado, com uma letalidade baixa.

O Laboratório Central do Estado (Lacen) analisou 1.914 exames de casos suspeitos de gripe A. Desses, 601 deram positivo para o vírus H1N1 e 1.313 foram descartados. Na maioria dos casos da nova gripe (98%), os pacientes tiveram evolução benigna, não necessitando de medicação especial. O estado recebeu 13,2 mil tratamentos de Tamiflu para adultos e 1,4 mil para crianças. Segundo o secretário, menos da metade foi usada até agora.

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Transparência

Gilberto Martin afirmou que, de agora em diante, a secretaria passará a divulgar os óbitos analisados pelo Lacen assim que surgirem os resultados, até para evitar boatos de que o governo esteja ocultando informações. Antes, a divulgação demorava porque o resultado do Lacen, no Paraná, ficava aguardando a validação do Ministério da Saúde. "Fizemos um acordo com o ministro e vamos repassar no novo boletim os casos confirmados no Lacen e dizer quais foram validados pelo ministério", afirmou. "Não queremos ficar com o número de óbitos guardado na nossa gaveta."

O estado tem mais 1.915 exames de casos suspeitos a serem analisados. Segundo o secretário, o número de casos confirmados era importante no início da pandemia, para entender como ele estava se propagando. Agora, que o vírus circula livremente, Martin aponta que a informação não é relevante – os pacientes são tratados independentemente da confirmação laboratorial.

Dessa forma, passarão a ser coletadas apenas amostras de pacientes que morreram, que estão na Unidade de Terapia Intensiva e dos que precisaram de internamento hospitalar. "Coletar secreção indiscriminadamente não vai trazer nenhuma informação", disse Martin. Para saber como o vírus se comporta no estado, a secretaria passará a realizar exames nas diversas regiões, por amostragem.