O levantamento encomendado pela Fundação Pró-Renal também revelou que muitos curitibanos não sabem qual a função de órgãos essenciais como o fígado (81%) e os rins (44%) e que a maioria não tem ideia de como se prevenir das doenças renais. "Muitos responderam que tomam bastante água e sucos naturais como forma de cuidar dos rins, mas, na verdade, a ingestão de líquidos não é a principal atitude que deve ser tomada para garantir a saúde renal. Além da água, os cuidados adequados com os rins devem incluir alimentação saudável e controle de doenças como diabete, hipertensão, inflamações e infecções", explica o nefrologista Miguel Riella, presidente da Fundação Pró-Renal.

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Outra revelação preocupante é que 53% dos entrevistados pela Paraná Pesquisas não sabem qual especialista procurar caso estivessem com problemas nos rins. Apenas 7,8% procurariam um nefrologista, especialidade adequada para o tratamento de problemas renais.

A pesquisa também revela que os curitibanos não sabem quais doenças prejudicam a função dos rins (66%) e nem conhecem os sintomas provocados pelas disfunções renais. "O mais importante é que a população saiba que a doença renal crônica é silenciosa. O paciente só começa a ter sintomas quando 75% da função renal já está comprometida", explica o médico.

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Segundo a pesquisa, 72% dos curitibanos nunca fizeram um exame para avaliar as funções dos rins e quase 50% não conhecem as opções de tratamento usadas quando os órgãos param de funcionar. "Estima-se que 10% da população brasileira, ou seja, 12 milhões de pessoas, sofram de doença renal. Esse número poderia ser revertido se as pessoas tivessem mais acesso à informação. Os exame de urina e de creatinina são suficientes para detectar irregularidades", lembra Riella.

Pesquisa nacional

A fundação também encomendou, em maio deste ano, um levantamento que realizado pelo Instituto Datafolha, com apoio do laboratório Roche, em 180 municípios brasileiros, para avaliar a percepção da população acerca da saúde dos rins. Os números revelados pelo estudo foram muito semelhantes aos resultados apresentados em Curitiba.

Questionados sobre a hipótese de terem problemas nos rins, 54% dos entrevistados não saberiam qual especialista procurar para tratar o problema e apenas 5% buscariam um nefrologista.

Segundo os dados da So­­ciedade Brasileira de Nefro­logia, há atualmente pouco mais de 3,1 milhões nefrologistas no país. Projeções apontam que o número de especialistas terá de dobrar até 2010, por causa do aumento de casos de doença renal crônica e de pessoas em tratamento.

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Não existe um levantamento oficial de quantos brasileiros sofrem de doença nos rins. A Fundação Pró-Renal está realizando um estudo com 6 mil pessoas na cidade de Campo Largo. Os resultados deverão ser divulgados em breve.