Alunos veem vídeo sobre gripe em Curitiba: capital tem maior número de casos| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

A saudade venceu o medo

No dia em que 3,5 milhões de alunos voltaram às aulas no Paraná – depois de duas semanas de adiamento em razão da pandemia de gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína – escolas e pais fizeram sua parte para ajudar na prevenção contra a doença. Pouco se ouviu falar de estudantes em sala de aula com sintomas de gripe, o que quer dizer que os pais mantiveram filhos doentes em casa, conforme a recomendação. Nos colégios, o álcool gel estava à disposição na maior parte dos casos, e as janelas foram mantidas abertas.

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Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

Veja como estão distribuídos os novos casos de gripe A no Paraná
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O Paraná registra no total 107 mortes causadas pela gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína. Dessas, 28 foram anunciadas ontem. No boletim epidemiológico da última sexta-feira, eram 79 óbitos. Com os novos números, o Paraná tem uma morte para cada grupo de 100 mil habitantes. No momento, é a taxa de mortalidade mais alta do país, mas o governo paranaense diz que isso se deve o fato de estar fazendo os exames de comprovação mais rapidamente do que outros estados. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirma que investiga todos os óbitos por doença respiratória aguda grave.

As autoridades sanitárias não calculam mais o número preciso de pessoas que contraíram a nova gripe. Os exames para confirmação da doença são feitos por amostragem, e não indicam quantas pessoas foram infectadas. No entanto, segundo o governo paranaense, 98% das pessoas que contraíram o vírus tiveram evolução benigna.

Curitiba e região metropolitana, que têm 3,3 milhões de habitantes, registram a maioria das ocorrências – 55 mortes. Esses municípios concentram 31,4% da população do estado e 51,4% das mortes pela nova gripe. As outras regionais de saúde com mais mortes são Foz do Iguaçu (9 mortes) e Cascavel e Maringá (6 mortes cada uma).

A maioria das pessoas que morreram pela gripe no estado era jovem: 54 tinham entre 20 e 40 anos; 40 estavam entre 41 e 65 anos; 10 eram crianças e adolescentes de até 19 anos; e três eram idosas, acima de 66 anos. Eram 55 mulheres e 52 homens. As mortes ocorreram entre os dias 14 de julho e 15 de agosto. O pico aconteceu no dia 5 de agosto, uma quarta-feira, quando ocorreram 10 óbitos.

Entre as novas mortes confirmadas, 15 são da regional de saúde de Curitiba, três de Foz do Iguaçu, três de Campo Mourão, duas de Toledo, uma de Cascavel, uma de Cianorte, uma de Londrina, uma de Jacarezinho e uma de Ponta Grossa.

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Não foi divulgado se os casos fatais do Paraná eram de pessoas saudáveis ou que tinham alguma doença prévia nem qual o principal fator de risco. Outra dúvida é se as pessoas que morreram receberam o medicamento Tamiflu.

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) diz que a partir desta semana irá divulgar, toda quarta-feira, análises epidemiológicas aprofundadas do comportamento da doença no estado.

Até o último domingo, 3.967 exames já haviam sido processados, dos quais 2.134 deram resultado negativo para o vírus Influenza A (H1N1). Os casos restantes eram do vírus H1N1. O número real de casos, porém, é maior do que o apontado nos exames. Assim como no resto do Brasil, o Paraná só está colhendo amostras de pacientes que precisam de hospitalização, de internamento em Unidade de Terapia Intensiva ou que evoluem para óbito. Segundo a Sesa, agora que o vírus circula livremente no estado, a informação mais importante passa a ser o número de óbitos e o não de casos.

Tamiflu

A Justiça não acatou o pedido feito pelo Ministério Público Fe­­deral do Paraná, que queria a distribuição do medicamento Tamiflu ou de outro similar a todos os pacientes com sintomas de gripe sazonal ou H1N1. A intenção dos promotores era flexibilizar o protocolo adotado pelo Minis­tério da Saúde. Mas a 5.ª Vara Federal de Curitiba rejeitou a solicitação da liminar, alegando que as ações do governo federal são baseadas em argumentos técnicos.

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