Avaliação
Exames que devem fazer parte da rotina de quem tem implante de silicone:
Mulheres até 30 anos
Ecografia
Verifica a situação da cápsula do implante e detecta possíveis lesões ou perfurações no material;
Acima dos 30 anos
Mamografia
Exame complementar à ecografia, ajuda a detectar o aparecimento de tumores nas mamas. Deve ser realizada de forma preventiva por todas as mulheres.
Após cinco anos da colocação dos implantes
Ressonância magnética
Detecta o aparecimento de rupturas.
Fonte: Ruth Graf, cirurgiã plástica e professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), membro da SBPC e da ASAPS.
De volta à cirurgia, antes do esperado
Em 2006, a empresária Marta Silvana, 38, mães de dois filhos um de 18 e outro de 8 anos de idade submeteu-se a uma cirurgia para melhorar a estética das mamas por causa da flacidez na amamentação. Um implante de 250 ml devolveu a elas o aspecto de antes das duas gestações. No entanto, um ano depois da cirurgia plástica, ela notou alterações estéticas: "Apareceram dobras na pele, como se fossem estrias muito profundas, então procurei saber se era um problema de pele ou do implante", lembra ela.
Exames constataram que o problema era com o implante, que possuía diversas ondulações, possíveis de serem notadas na pele quando a paciente ficava em pé. Cinco anos depois da primeira cirurgia, Marta se submeteu a uma nova operação para trocar o antigo implante por um de 300 ml. "Na época da primeira plástica, eu já sabia que o implante poderia apresentar problemas e que, em algum momento, haveria a necessidade de troca", conta ela. (DT)
Nas clínicas de cirurgias plásticas do Brasil, a colocação de implantes de silicones é o procedimento mais pedido pelas pacientes. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram que das cerca de 700 mil intervenções estéticas feitas no país em 2010, pelo menos 144 mil foram para colocação de silicone nas mamas material que possui um prazo de validade de aproximadamente dez anos. Mesmo que isso não signifique que as pacientes precisem se submeter a uma nova cirurgia exatamente ao passar de uma década, os médicos deixam claro e fazem o alerta: o material não dura para sempre.
Dentro do organismo, os implantes sofrem com o envelhecimento ocasionado pela ação de líquidos ácidos e também pela temperatura corporal. "Garantias vitalícias não são verdadeiras. Por conta desta degradação, nenhum implante é definitivo e alguns podem durar menos do que a validade dada pelos fabricantes", esclarece o cirurgião da clínica Sculpture, dono de uma fábrica de implantes em Curitiba e membro titular da SBCP, Jorge Wagenführ Júnior.
A garantia significa que neste período o produto não deve apresentar problemas. "Este é o tempo médio de validade fornecido pelos fabricantes do material, mas não é regra. Algumas mulheres podem ter a prótese há mais de 10 anos sem incômodos que indiquem a necessidade de troca", explica o presidente da SBPC, Sebastião Guerra.
Ressonância
Segundo a cirurgiã plástica, professora adjunta do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da SBPC e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASAPS, em inglês,) Ruth Graf, após dez anos, porém, os implantes começam a apresentar pequenas rupturas diagnosticadas por exames (ver quadro) como a ressonância magnética. Essas alterações podem evoluir lentamente para rupturas maiores causando dor e desconforto. "Isto pode demandar a troca do material, mas a cirurgia pode ser programada com calma, não precisa ser vista como emergência", esclarece.
De acordo com os médicos, o próprio corpo costuma dar sinais de que chegou a hora de trocar o material. Entre os principais alertas estão a flacidez, coceiras, latejamento das mamas, ocorrência de mastite (inflamação das glândulas mamárias) e cistos. "A mulher que possui silicone precisa de um controle anual do implante e diante de qualquer desconforto deve procurar um médico", declara Sebastião.
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