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Apesar de ser uma velha conhecida dos brasileiros, a hipertensão ainda gera muitas dúvidas. As principais são relacionadas à real eficiência da medição de pressão em casa, aos riscos de consumir sódio em excesso e à frequência necessária de exercícios físicos para evitar a doença.

Medir em casa vale a pena?

É comum as pessoas comprarem esfigmomanômetros digitais, à venda em farmácias e lojas especializadas, e realizar a tomada da pressão em casa. Para os especialistas, a atitude é válida, mas não deve ser a única fonte de medição. "Exames anuais com um médico de confiança são indispensáveis", diz Alexandre Alessi, professor de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e médico do Hospital Nossa Senhora das Graças. Nesse caso, sempre procure por instrumentos recomendados por seu cardiologista e aprovados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Se beber, devo suspender a medicação?

Os especialistas são unânimes: nunca faça isso. Dante Giorgi, médico-assistente da unidade de hipertensão do Instituto do Co­­ração do Hospital das Clínicas de São Paulo e conselheiro da So­­ciedade Brasileira de Hipertensão (SBH), oferece um argumento importante. "Em geral, junto com a cervejinha no fim de semana vem o churrasco, a festa cheia de salgadinhos fritos ou aquela feijoada bem gordurosa. Se além de ingerir tudo isso, a pessoa não tomar a medicação, a pressão aumentará muito e os resultados podem ser desastrosos e até fatais."

Com que periodicidade preciso me exercitar?

Para quem não tem a doença, a recomendação é praticar exercícios de três a cinco vezes por semana por pelo menos quarenta minutos. Pessoas em tratamento devem se exercitar diariamente. "O melhor é apostar em atividades aeróbicas, como natação e ciclismo, e não há contraindicações. Mesmo musculação, pilates e ioga podem fazer bem, só é preciso cuidado para não exagerar e ir além da sua capacidade", explica Wal­mor Lemke, cardiologista do Hos­pital Vita.

Por que o sódio é um dos vilões da hipertensão?

O alto consumo faz com que o rim libere grandes quantidades de hormônios que aumentam a pressão arterial, dificulta a excreção e facilita o armazenamento desse mineral no corpo. Isso gera uma retenção de água, o que aumenta o volume de sangue circulando nas artérias. Como há uma ampliação do volume, mas o espaço continua o mesmo, isso força a parede das artérias para expandi-las. Em geral, elas tendem a reagir e se fechar. Com o tempo, podem ha­­ver rompimentos em camadas desses vasos, gerando cicatrizes que endurecem e dificultam a circulação em órgãos importantes, como coração, rins e cérebro.

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