Pouco a pouco, o zika vírus está tomando a América. Até 23 de janeiro, já eram 21 países com casos autóctones de zika. A previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que todos os países do continente que tenham a presença do Aedes aegypti em seu território provavelmente acabem sofrendo com o zika.
Além do Brasil, Barbados, Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, São Martinho, Suriname e Venezuela têm casos locais. Nos Estados Unidos, há relatos de pessoas que pegaram a doença após visitar áreas com surto.
INFOGRÁFICO: zika vírus pelo mundo
“A Organização Panamericana de Saúde (Opas, braço nas Américas da OMS) prevê que o vírus zika continuará espalhando-se e provavelmente chegará a todos os países y territórios da região onde se encontra o mosquito Aedes”, disse o órgão em comunicado divulgado no domingo (24). Nas Américas, apenas Canadá e Chile (apenas a área continental) não possuem o mosquito.
Nesta quinta-feira (28), haverá uma reunião em Genebra com todos os países implicados para tratar sobre o tema. A diretora-geral da entidade, Margaret Chan, falou pela primeira vez sobre o zika e a possibilidade do vírus se espalhar pelas Américas nesta segunda-feira (25). Em pronunciamento, ela exigiu que os governos notifiquem a OMS de todos os casos registrados. “A proliferação explosiva do vírus a novas áreas geográficas, com populações com pouca imunidade, é outra causa de preocupação”, disse.
Apesar da preocupação, a OMS não recomenda restrições de viagens ou comércio internacional devido à doença. O mesmo vale para planos de gravidez. Na Colômbia, o governo recomendou que as mulheres adiassem os planos de engravidar para julho, quando a proliferação dos mosquitos diminui e o risco de ser infectado cai.
Por enquanto, a entidade apenas alerta quem for viajar para áreas com registros de zika que tomem precauções indicadas para prevenir picadas de mosquito, como usar repelente, blusas de manga longa e calças. Para as gestantes, o conselho é que procurem o médico para saber quais medidas preventivas tomar.
Inicialmente considerado uma doença benigna, com sintomas brandos, o zika vem intrigando pesquisadores e assustando a população por sua relação com a microcefalia em bebês e o aumento de casos da síndrome de Guillain Barré. Recentemente, pesquisa desenvolvida no Paraná demonstrou que o zika consegue romper a barreira placentária, um forte indício da transmissão congênita da doença. Agora, os cientistas buscam entender como o vírus sai das células placentárias e contamina o tecido neurológico bebê.
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