Recurso
Justiça reverte decisão que proibiu greve
São Paulo - O Sindicato Nacional dos Aeroviários conseguiu cancelar na Justiça, na noite de quinta-feira, a liminar da Justiça Federal no Distrito Federal que estendia até 10 de janeiro a proibição de greve da categoria, sob pena de multa de R$ 3 milhões por dia no caso de descumprimento. Por hora, segue valendo apenas a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), da última quarta-feira, que determina atividade de 80% do efetivo dos aeronautas e aeroviários entre 23 de dezembro e 2 de janeiro de 2011. Mesmo assim, o clima na manhã de sexta-feira era tranquilo nos aeroportos.
Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, assim que receberam a notícia, os aeroviários suspenderam as manifestações feitas no Rio de Janeiro, em Salvador, Confins e Brasília. "Vamos fazer uma pausa por conta do Natal e retomar segunda-feira [27] o comando da campanha", disse.
A ameaça de greve começou após impasse na negociação do reajuste salarial. As empresas queriam apenas repor a inflação (6%), enquanto os aeroviários pediam 13% e os aeronautas, 15%. Uma nova oferta, agora de 8%, foi feita, mas os trabalhadores recusaram.
Folhapress
O engenheiro civil Daniel Thomas Bündchen, 28 anos, está entre os brasileiros que engordam a lista de ações judiciais contra companhias aéreas. Na semana passada, o voo da Gol que ele faria de Curitiba para Porto Alegre, via Aeroporto Afonso Pena, sofreu um atraso de 12 horas. Indignado, ele não pensou duas vezes em processar a empresa. "Esses problemas de atraso e cancelamento de voos para Porto Alegre são muito comuns", diz.
Tão corriqueiros que, na véspera do Natal, ele aguardava um novo embarque para a capital gaúcha após o seu voo, previsto para as 9 horas, ter sido cancelado. Bündchen veio de Londrina e faria apenas uma escala em Curitiba, mas teve de descer do avião. Ele contou que foi encaixado em outro voo, previsto para 10h38, mas perderia o almoço marcado com a família, pois ainda precisaria pegar um ônibus para a cidade de Lajeado, distante 114 quilômetros de Porto Alegre.
Escaldado pelo problema anterior, o engenheiro pediu um documento por escrito à Gol para formalizar o motivo do cancelamento. Para sua surpresa, no documento, a empresa alegou problemas meteorológicos. "Mas todos os outros voos do mesmo horário estavam saindo normalmente", ironiza.
Descaso
O oficial de bombeiro Luiz Tadeu Fuchs e o técnico em enfermagem Felipe de Lima Alves Barreto também tiveram problemas. Os dois voltavam de um congresso, em Santa Catarina, em outubro, quando o voo que faria a conexão entre São Paulo e Rio (Galeão) foi cancelado. A Gol alegou problemas mecânicos. Segundo Fuchs, a empresa se recusou a reacomodá-los no voo seguinte com destino ao Rio porque o desembarque seria no Santos Dumont. Eles esperaram mais de uma hora para embarcar em um avião com destino ao Galeão. "Perdi minha carona para o hospital e tive que pagar um colega para cobrir o meu plantão", queixa-se Barreto, que também critica a lentidão e a falta de comunicação da Justiça. "Quando abri o processo, me disseram que a audiência seria em 20 a 30 dias. Até agora nada." A audiência de Barreto está marcada para abril. A do amigo Fuchs sequer tem data. Ele elogia a iniciativa dos juizados, mas também reclama da morosidade da Justiça: "Tem gente que fica a ver navios. Eu estou a ver aviões ", disse Fuchs.
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