• Carregando...
 | Antônio Cruz / Agência Brasil
| Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Se você for passar o réveillon em Santa Catarina, lembre-se de levar o adaptador para não ter nenhum problema ao usar o secador de cabelo ou qualquer outro eletroeletrônico no estado vizinho. É que lá a tensão da energia elétrica é 220v. Os paranaenses estão acostumados com a tensão 110v. Mas você sabe o motivo das diferentes tensões?

Primeiro, é bom explicar quais as duas grandezas que regem o fluxo energia elétrica. Segundo o engenheiro eletricista aposentado da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) Gilberto Aguiar, a tensão é como se fosse a unidade da força da energia, aquilo que a pressiona para ir de um lado a outro. A tensão se mede em voltagem (v).

A outra grandeza é a corrente, que é medida em amperes. A corrente é como se fosse o volume da energia. É ela que dá o choque nas pessoas e não a tensão. “No Paraná, a corrente é maior e a tensão é menor. Aqui em Santa Catarina, é o inverso”, explicou. Segundo ele, a potência nos dois estados é a mesma e a diferença entre as correntes não é tão significativa. Na hora do choque, de acordo com o especialista, é bom que a corrente não seja maior que 5 mA (miliampere). Acima disso, o choque pode doer muito.

Motivo

O principal motivo das diferentes tensões entre os dois estados é a escolha histórica das empresas que assumiram a distribuição. No Paraná, ao longo da década de 1960, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) iniciou a distribuição de energia anos após sua fundação.

De acordo com a assessoria de imprensa da Copel, a rede elétrica já havia sido instalada em vários estados e, no caso paranaense, havia também empresas locais que usavam a tensão de seus países de origem. A rede já estava montada. Refazê-la já era inviável na época. A mesma explicação se aplica ao caso catarinense com a tensão 220v.

Em Curitiba, por exemplo, a primeira empresa de distribuição foi a Companhia de Água e Luz de São Paulo. O serviço começou em outubro de 1892.

“A história mostra que não houve muita razão técnica de ser. Em Santa Catarina havia outra cultura”, explicou o engenheiro eletricista Aguiar.

Vantagem

Segundo o engenheiro da Celesc, não há vantagens em ter a tensão 220v. O preço da energia para o consumidor, por exemplo, não depende disso. Na prática, tudo depende do tipo de lâmpada escolhida pelo consumidor, de 100 watts, 60 watts, entre outras. Nas duas tensões é necessário avaliar a quantidade de corrente para fazer a lâmpada funcionar. O consumo é medido em quilowatt-hora. Portanto, é a potência pelo tempo de funcionamento dos aparelhos que farão a diferença no bolso.

Você sabia?

No Paraná, há duas dois municípios com tensão 220v, segundo a Copel. A cidade de Guarapuava, que tem distribuição conduzida pela empresa Energisa, e Rio Negro. Esta última faz parte de uma troca ente Copel e Celesc. A distribuidora catarinense atende o município do sul do Paraná. A Copel atende o município do outro lado da divisa, Porto União.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]