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Curitiba

25 presos fogem da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos

Vinte e cinco presos fugiram da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba (DFRV), no bairro Vila Isabel, na madrugada desta quinta-feira (11). Os presos estavam em quatro celas diferentes e conseguiram serrar as grades e fugir pela janela que dá acesso ao pátio da delegacia. A fuga aconteceu por volta das 4 horas. Ninguém havia sido recapturado até as 19h desta quinta-feira.

A delegacia tem capacidade para 30 presos, mas abrigava 131 no momento da fuga. "A delegacia está superlotada, no lugar onde cabe um preso existem oito, nove", afirmou o delegado-adjunto Anderson Cássio Ormeni Franco. No momento a fuga havia três investigadores na delegacia. "Nossas equipes estão nas ruas para recapturar o maior número possível de fugitivos", definiu o delegado.

De acordo com o delegado Franco, os detentos aproveitaram que a madrugada desta quinta-feira foi bastante movimentada na delegacia para fugir sem chamar a atenção dos três investigadores que estavam de plantão. "A noite foi bastante agitada, aconteceram vários flagrantes. Os presos aproveitaram a movimentação e fugiram de um em um das celas, para que os policiais não os notassem", explicou.

O delegado acredita que as serras tenham entrado na delegacia durante as visitas. "A última revista nas celas foi feita às 18h30 de quarta-feira (10) e estava tudo normal, não achamos nenhuma serra", disse Franco. A fuga só foi percebida pelos policiais às 6 horas desta quinta, quando foi feita uma nova inspeção nas celas.

Franco afirmou que os presos serraram as grades das celas e conseguiram chegar até o corredor das alas. Depois disso foram até os fundos da delegacia onde existe outra cela e serraram a grade da janela que dá acesso ao pátio da delegacia. Os fugitivos cumpriam penas por crimes de roubos, furtos e receptação envolvendo veículos.

Outra fuga na DFRV já havia acontecido em dezembro do ano passado. No dia 8 deste mês, doze presos fugiram durante a noite. Eles conseguiram serrar a grade de uma das alas, tiveram acesso ao pátio e pularam os muros dos fundos da delegacia. Quatro policiais civis estavam de plantão no momento da fuga.

Vagas

A Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) afirmou que a polícia não vai parar de prender criminosos em razão das superlotações das cadeias.

A assessoria de imprensa afirmou que, durante os dois anos do atual governo, foi dobrado o número de vagas nas penitenciárias do estado. Foram construídos 12 presídios e existem projetos para mais cinco serem feitos. Sobre a situação na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos e a fuga da madrugada desta quinta-feira não houve nenhum pronunciamento.

Mais fugas

A superlotação não é exclusividade da delegacia do bairro Vila Isabel. No fim de semana foram registradas outras fugas e rebeliões por delegacias do estado. Em Santo Antonio da Platina, (Norte Pioneiro) na noite de domingo (7), 20 presos fugiram e cerca de 100 que continuaram no local promoveram uma rebelião. O motim terminou somente às 17 horas de segunda-feira (8), quando os detentos liberaram o investigador que estava como refém.

No fim de semana também houve fuga na cidade de Cianorte (Noroeste). Oito presos conseguiram fugir. Em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), nove presos escaparam da delegacia na madrugada de domingo (7).

Além dessas fugas do fim de semana, o estado registrou uma rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara (RMC), entre os dias 14 e 15 de janeiro. Seis presos morreram na rebelião. De acordo com o governador Roberto Requião (PMDB) existem no Paraná vários detentos que não deveriam estar mais nas cadeias e penitenciárias. Isso será discutido no seminário do sistema carcerário que está previsto para começar no dia 22 de fevereiro.

Regalias

No ano passado, uma reportagem exibida pela Revista RPC, da RPC TV, em agosto, flagrou que policiais civis que estavam presos na Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba andavam completamente livres pelo local e cometiam várias irregularidades, como utilizar aparelhos celulares, objetos cortantes e até danificar os carros apreendidos no pátio da delegacia, que deveriam ser preservados por serem provas de crimes.

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