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Segundo o secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, o foco da investigação agora é descobrir o destino do dinheiro | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Segundo o secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, o foco da investigação agora é descobrir o destino do dinheiro| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Histórico de problemas

Não é a primeira vez que a prefeitura de Itaperuçu está envolvida em uma investigação de fraudes. Em junho do ano passado, o prefeito José de Castro França foi afastado e preso preventivamente por suspeitas de fraudes na administração municipal. Além dele, o diretor de finanças do município e seu filho, Adnilson José Castro França, e a ex-diretora financeira da cidade, Cláudia França, cunhada do prefeito, também foram detidos. Na época, o Ministério Público detectou indícios de fraudes em licitações e ameaça a testemunhas. Mas o Tribunal de Justiça o reconduziu ao cargo em julho deste ano.

Em dezembro do mesmo ano, o prefeito e o vice perderam o mandato por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. No entanto, ele entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal, que modificou a decisão. Segundo o advogado da prefeitura, Álvaro Cassetari, as denúncias são fruto de disputa política. "Todas as outras forças políticas da cidade se juntaram para derrubar o prefeito", alega. (CO)

  • Veja onde fica Itaperuçu

Foi desmantelado ontem um esquema de empréstimos consignados irregulares dentro da prefeitura de Itaperuçu, região metropolitana de Curitiba. Ao todo, foram expedidos 88 mandados de busca e apreensão e 58 pessoas foram detidas para averiguação. Dessas, oito são suspeitas de comandar a fraude. O golpe causou um prejuízo de quase R$ 1 milhão ao Paraná Banco, que mantinha um convênio com a prefeitura da cidade para conceder empréstimos com desconto em folha de pagamento aos funcionários municipais.

Entre os detidos está o filho do prefeito da cidade. Segundo informações do delegado responsável pelo caso, Robson Barreto, o filho do prefeito José de Castro França é suspeito de ser um dos responsáveis pela fraude, que consistia na falsificação de contracheques da prefeitura para a concessão de empréstimos consignados a funcionários laranjas. O advogado da prefeitura, Álvaro Cassetari, afirma que no período em que foi aplicado o golpe o filho de França estava afastado da prefeitura.

O Paraná Banco levou a denúncia de suspeita de fraude ao Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) há cerca de um mês porque não conseguia recolher o pagamento do empréstimo feito aos laranjas. As investigações indicam que o golpe teria sido planejado por dois funcionários da Century Investimentos Ltda., que representavam o Paraná Banco em um posto da prefeitura, e seis servidores municipais.

Os funcionários do Paraná Banco não falaram com a reportagem sobre o caso em razão do sigilo do processo. A Gazeta do Povo também entrou em contato com a Century Investimentos, mas até o fechamento desta edição ninguém da empresa deu retorno às ligações.

O foco das investigações agora é o destino do dinheiro emprestado de forma irregular. "Nosso objetivo é determinar para onde esse dinheiro foi", declarou o secretário de Segurança do estado, Luiz Fernando Delazari. As pessoas que tinham o nome usado para fazer o empréstimo irregular não ficavam com a totalidade dos recursos. De cada R$ 12 mil que eram emprestados, elas teriam acesso a apenas R$ 1 mil.

Campanha política

Delazari chamou atenção para o fato de a maioria dos empréstimos irregulares ter sido feita durante o período eleitoral, entre julho e outubro deste ano. Cassetari afirmou, no entanto, que o aumento do volume dos empréstimos no período de campanha é apenas uma "infeliz coincidência". Segundo ele, as suspeitas levantadas contra o prefeito neste caso seriam decorrentes da disputa política no município.

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