A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem que 61,5% das pessoas que morreram pela gripe suína no Paraná tinham algum fator de risco. Essa foi a primeira vez desde o início da pandemia que o governo do estado detalhou todas as situações consideradas de risco. Entre elas, as doenças prévias mais comuns foram as metabólicas crônicas (27,5% dos óbitos), que são obesidade, hipertensão, diabete e aumento do colesterol. O Paraná registra 202 mortes pela doença.
O infectologista Felipe Francisco Tuon, do Hospital Evangélico e do Hospital Pilar, que também é doutorando em Doenças Infecciosas pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que, em geral, o paciente apresenta os fatores associados e por isso faz parte do grupo de risco da nova gripe. De acordo com Tuon, a pessoa com obesidade apresenta dificuldade respiratória e também pode ter complicações cardiopulmonares. "Quando esse paciente precisa usar o respirador, apresenta maior dificuldade para deixá-lo, pois na maioria dos casos apresenta alterações pulmonares", diz.
O segundo fator de risco foi o tabagismo (16,7%). Segundo a secretaria, pessoas que fumam são mais suscetíveis a desenvolver complicação no pulmão. O infectologista explica que há grande possibilidade de o paciente ter doença pulmonar, principalmente enfisema pulmonar e bronquite crônica. "Essas doenças aumentam as chances de se ter pneumonia, o que agrava ainda mais o quadro clínico do paciente", afirma Tuon.
Em seguida estão as doenças respiratórias (pneumopatias crônicas, com 15,8%), como a asma. A gravidez foi o quarto fator mais comum, junto com as doenças do coração e a imunodepressão (HIV e pessoas em tratamento de câncer), cada um com 11,7%.
Maior taxa
As 202 mortes no Paraná ocorreram entre os dias 14 de julho e 31 de agosto. A maioria das vítimas era mulher e tinha entre 20 e 49 anos. O Paraná tem a maior taxa de mortalidade no Brasil, proporcionalmente à população. Segundo o Ministério da Saúde, em boletim divulgado ontem, a taxa de mortalidade do Paraná é de 1,74 óbito por 100 mil habitantes. O índice é quase o dobro do registrado no Rio Grande do Sul, de 0,92. São Paulo está em terceiro lugar, com 0,63.
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