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Fim trágico

8 mil pessoas no velório de Eloá

O adeus a Eloá: multidão formou fila do lado de fora do prédio em que ficam as salas de velório. Às 17 horas as portas foram abertas e todos tiveram de passar rapidamente | Evelson de Freitas/AE
O adeus a Eloá: multidão formou fila do lado de fora do prédio em que ficam as salas de velório. Às 17 horas as portas foram abertas e todos tiveram de passar rapidamente (Foto: Evelson de Freitas/AE)
A primeira meia hora junto ao corpo de Eloá foi exclusiva da família |

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A primeira meia hora junto ao corpo de Eloá foi exclusiva da família

Violência contra a mulher: no cemitério, mulheres aproveitaram para protestar |

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Violência contra a mulher: no cemitério, mulheres aproveitaram para protestar

São Paulo - Até as 19 horas de ontem, segundo a Polícia Militar, mais de 8 mil pessoas haviam ido ao cemitério Santo André, no ABC paulista, para o velório da adolescente Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, baleada na cabeça na sexta-feira, após ser mantida refém por 100 horas pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos. A constatação da morte cerebral foi confirmada na madrugada de domingo.

Durante todo o dia, o clima foi de revolta e tristeza no velório. Há uma semana, todos acompanham os passos da tragédia. "Depois de sofrer junto com Eloá, de ver toda a história pela tevê, não é esforço nenhum aparecer para apoiar a família. Espero poder abraçar a mãe dela", disse a aposentada Maria Joana Xavier, de 73 anos, que viajou três horas só para o velório. O movimento, segundo a administração do cemitério, começou cedo, às 7 horas.

O corpo de Eloá chegou ao cemitério por volta das 15 horas, sob aplausos da multidão, que cercou o carro do serviço funerário municipal de Santo André. Enquanto o caixão era levado para a sala onde seria velado, as pessoas aplaudiram Eloá outras duas vezes. A mãe da jovem, Ana Cristina Pimentel, chegou ao local amparada pelo irmão mais velho da adolescente, Ronikson, de 22 anos, por volta das 16h30. O irmão mais novo, Douglas, de 14 anos, e o pai, Aldo Pimentel – que teve uma crise de hipertensão no domingo –, não haviam chegado ao velório até as 18 horas.

"Na hora certa"

A pedido da família, os primeiros 30 minutos junto ao corpo de Eloá, enfeitado com pétalas brancas, amarelas e laranjas num caixão branco, foram reservados somente aos parentes mais próximos. A mãe agüentou firme os primeiros cinco minutos, depois começou a chorar. Disse apenas que faria uma declaração à imprensa "na hora certa".

Do lado de fora, a multidão se acotovelava junto aos vidros com película escura, para tentar ver o que acontecia dentro. Nessa hora, a fila de pessoas que queriam observar o corpo de Eloá circundava duas vezes os cerca de 1 mil m2 do prédio em que ficam as salas de velório.

Enquanto aguardavam, segurando rosas brancas nas mãos, amigos da adolescente, emocionados, iniciavam uma oração – com eles, a multidão acompanhou o Pai Nosso, a Ave Maria. "Que Eloá vá em paz", um deles finalizou. "Nunca vou esquecer esse dia. É triste demais", disse Douglas Wallace, de 15 anos, colega de classe da adolescente. "Se alguém não merecia isso, esse alguém era a Eloá."

Por volta das 17 horas, as portas da sala de velório foram abertas à população – mesmo os amigos próximos de Eloá tiveram de passar rapidamente, pressionadas por policiais da Guarda Municipal.

A segurança foi feita por oito viaturas da Guarda Municipal e oito da PM. Até as 19 horas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) havia realizado nove atendimentos médicos – um deles, de um familiar de Eloá.

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